Psicóloga que se tornou digital influencer do Instagram incentiva suas seguidoras a não gastar um centavo com os filhos; segundo ela a obrigação é toda dos homens
Uma psicóloga montes-clarense chamada Márcia Silveira (Marcinha) criou uma página no Instagram onde incentiva mulheres a ficarem apenas com homens que tenham condições de bancá-las integralmente, inclusive deixando as mulheres descompromissadas de qualquer compromisso financeiro para com os filhos.
“De uma vez por todas, entendam… Quando eu digo que o meu dinheiro é meu, e o do meu marido é nosso, é porque eu não gasto absolutamente nem 1(um) real na criação de nossos filhos, simplesmente porque eles nos devem e é uma dívida histórica”, conta a influencer.
Ainda em sua página, a psicóloga postou um vídeo de uma avó explicando para a neta o que é “sexo gostoso”. No vídeo, a senhora diz que o “sexo gostoso” é quando a mulher namora um homem rico e ele a leva para comprar joias, comer em restaurantes chiques, as presenteiam com roupas caras e vai dormir num hotel bem chique. No mesmo vídeo, a neta jovem questiona a avó sobre o significado da palavra amor e recebe como resposta: “amor é palavra que homem pobre inventou para “comer” a gente de graça”.
Em outro vídeo, a influencer que tem mais de 90 mil seguidores nas redes sociais, sendo o maior público feminino, diz que se as mulheres acham um “eu te amo” a melhor coisa de ouvir é porque nunca ouviram “eu pago”, momento em que o marido dela aparece no vídeo dizendo um “eu te amo” e colocando sobre os seus seios um pacote de dinheiro.
“Profissional do sexo… estou trabalhando aqui em casa, gente, pro meu marido, né?! No caso, sexo profissional de qualidade e ele me paga, é isso aí…”, expõe a Marcinha.
Um dos vídeos que mais chama a atenção na rede social da psicóloga e influencer é o que fala sobre o prejuízo de ser mãe.
“Quando a gente escolhe ser mãe, quem que vai arcar com o prejuízo do peito caído, da barriga flácida, dos hormônios enlouquecendo a cabeça da gente, das noites que a gente nunca mais vai dormir?”, questiona.
Ela completou o vídeo dizendo que uma mãe saí para trabalhar com a cabeça nos filhos e que já o pai não, pois, segundo ela, a figura paterna trabalha e vive como se não houvesse o amanhã e como se não existisse ninguém. “Um filho está doente, um pai consegue deitar e dormir, a mãe não. Vocês entendem que tá tudo muito acumulado para o nosso lado? Então o pai vai bancar, sim. O lado financeiro vai vim todinho dele. Meu dinheiro é meu, o seu é nosso, entendeu?”, finaliza um de seus vídeos.
A coluna conversou com algumas pessoas sobre a forma de abordagem da Digital Influencer que diz fazer propagandas para empresas pelo valor mínimo de R$ 10 mil. Um advogado que não quis se identificar conta que conhece o perfil da “blogueirinha” e a enxerga como uma mulher imoral, fracassada na profissão, que tenta ficar polemizando na internet para ficar famosinha e usa um “discursinho” falando de história, sendo que ela nem viveu como era antigamente. “As pessoas tem mania de distorcer essas coisas de história. Infelizmente, as pessoas procuram perfis como o dela para fazer propaganda devido ao engajamento, principalmente junto ao público de baixa renda que acaba gostando dessas coisas escrotas e aí acabam que usam ela para fazer divulgação. Mas eu jamais me relacionaria com uma mulher desse nível nem aceito que as pessoas com quem eu me relaciono tenham a influencia dela”, concluiu.
“Eu sou mãe solo, tenho quatro filhos e tenho orgulho de acordar cedo e trabalhar para manter o sustento deles. As mudanças que são causadas no corpo pela maternidade não são motivo de vergonha nem prejuízo, são reflexos de presentes que veio ao mundo nos tendo como instrumento, por isso não concordo jamais com essa influencer”, comenta a assistente administrativa A.G.
Já o Pastor Evangélico G.J.P.T considera os discursos da influencer um ataque aos valores da família tradicional através dessas ideias feministas. “A bíblia fala que o homem é realmente o responsável por prover a casa, enquanto a mulher é a grande responsável por cuidar da família, dos filhos e do marido. No entanto, nada impede que a mulher que trabalhe, que tenha o seu próprio dinheiro, contribua com o marido caso seja necessário ou até mesmo junte os ganhos para construir algo juntos”, explica.
A estudante universitária R.K.G.S também considera o perfil da influencer um antro de futilidades. “Você viu ela dizendo que foi procurada para fazer propaganda para o cemitério privado da cidade, mas que não aceitou, pois não trabalha por menos de R$ 10 mil?”, questionou a estudante.
Conversamos também com uma auxiliar administrativa, que assim como os outros entrevistados, optou por não se identificar para evitar polêmicas na internet.
Segundo S.L.Z, ela gosta demais do perfil da influencer, que concorda com muitas coisas, porém acha a mesma muito extremista. “Não me casei por dinheiro. Meu marido era pobre, sem muitas perspectivas, mas era lindo e amoroso. Hoje, ele continua sendo lindo e amoroso. Não somos ricos, mas estamos bem. Outra coisa, trabalhamos juntos para isso”, contou emocionada.
“Na contramão de tudo isso, um vídeo da “blogueirinha” realizando o sonho da casa própria para sua mãe de origem humilde mexeu com muita gente, além do carinho que ela tem com o filho autista. Ela acertava muito, mas se tornou uma figura apelativa e parece ter deixado o número de seguidores subir à sua cabeça”, lembra a internauta R.K.G.S.
Ao entrar no Instagram da “blogueirinha” montes-clarense que tem feito o maior sucesso e dividido opiniões, você aprenderá que vale mais um eu “eu pago” do que um “eu te amo”. E você, prefere um “eu te amo” e deixar o “eu pago” acontecer naturalmente ou prefere sair apenas com os homens do “eu pago”?
Agora, depende da mulherada querer que Montes Claros tenha a fama de mulheres interesseiras ou não…