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Tradição da culinária mineira, doce de leite oportuniza mudança de vida para produtora do Norte de Minas 

Uma delícia tipicamente caseira e frequente na rotina de boa parte dos mineiros, o doce de leite tem sido ferramenta de mudança de vida para a produtora rural Márcia Aparecida Queiroz, da cidade de São Francisco, no Norte do estado. Produzindo o quitute desde 2017, ela tem participado de vários cursos do Sistema FAEMG/SENAR/INAES para aprimorar as suas técnicas e garantir melhores resultados.

Após os cursos, Márcia Aparecida Queiroz aumentou a renda e hoje dedica tempo integral à produção de doce de leite

“Não tinha contato com o dia a dia da roça. Meu marido nasceu e cresceu lá e tinha interesse de industrializar o leite da fazenda. Foi quando fiz o curso de laticínios e tudo mudou, porque passamos a produzir e vender mais. Depois aprendemos a fazer queijo. Continuei estudando os materiais do SENAR, aprendendo a fabricação de derivados”.

Do começo tímido, quando ela estava fazendo algumas poucas encomendas de doces de leite, hoje ela já tem até funcionárias para ajudar a tocar o negócio e um veículo próprio para fazer as entregas pela região. “Na primeira semana que produzi, levei 60 doces para vender. Vendi rapidamente. Fui aumentando com o tempo. Hoje, entre pastosos e de barra, produzo em média 250 doces em dois dias, e todos vendem bem”.

Mesmo com o crescimento, ela seguiu se capacitando. Agora, as receitas da fazenda giram praticamente ao entorno dos doces, carro-chefe do negócio. Praticamente todo leite produzido na propriedade é destinado à fabricação do produto.

Curso mostrou novas técnicas e receitas para a fabricação do produto

No curso de Doce de leite, que ampliou sua visão de negócios e também apresentou formas de incrementar o doce com frutas, coco, amendoim e maracujá, entre outros. “Vendemos para a cidade toda. O nosso projeto, agora, é reformar a estrutura da fazenda e industrializar os produtos, buscando os processos de regularização exigidos”, explicou.

Retomada dos negócios

Já o produtor Antônio Carlos Batista ainda não produz os derivados, mas aproveitou a capacitação para tirar dúvidas, já pensando no futuro. Presidente da cooperativa de agricultores familiares da cidade (Coopanorte), que conta com 48 associados, ele se prepara para retomar os negócios de um laticínio, que vai beneficiar diversos produtos.

“O laticínio estava com produção abaixo da capacidade, quase parando. Fizemos a parceria para assumir o local, produzir leite e derivados e estamos nos organizando para fazer bebidas lácteas também. Já até solicitamos novos cursos. Trabalhamos com extrativismo e agricultura familiar, atendendo muitas escolas. Queremos retomar a produção na região e abastecer o mercado local e regional”.

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