21 de novembro, 2024

Por outro lado, Observatório do Trabalho revela que o ritmo de recuperação ainda está abaixo das médias nacional, estadual e regional do Norte de Minas

O movimento do mercado de trabalho da cidade de Montes Claros em junho deste ano foi similar ao observado em maio, com um saldo positivo de 153 vagas na relação entre as admissões e os desligamentos de trabalhadores formais. E no acumulado do primeiro semestre de 2021 foram criados 1.874 novos postos de trabalho, correspondendo a um crescimento de 2,05% em relação ao mesmo período de 2020.

O quadro é apontado pelo boletim do Observatório do Trabalho do Norte de Minas (OTNM), da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). O estudo mensal é realizado pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Administração (Gepad), vinculado ao Departamento de Ciências da Administração.

“Considerando a dinâmica em junho, a movimentação foi similar ao observado em maio, com certo refreamento nas admissões, mas também nos desligamentos, caracterizando mais a ocorrência de substituições do que propriamente a abertura ou fechamento de postos de trabalho”, afirma o professor Roney Versiani Sindeaux, que coordena o estudo, juntamente com o professor Rogério Martins Furtado de Souza.

“Tal dinâmica tem comportamento semelhante também na perspectiva histórica, pois o saldo do movimento do mercado de trabalho na cidade, no mês em análise, está acima dos saldos apontados no período de 2015 a 2020”, pontua Sindeaux.

MÉDIAS NACIONAL, ESTADUAL E REGIONAL

Por outro lado, ele salienta que o fato das admissões estarem no patamar mais baixo dos últimos 11 meses, não deixa de representar uma preocupação quanto ao ritmo de recuperação do mercado de trabalho local. Isso porque o levantamento aponta também que o ritmo de crescimento (2,05%) da ocupação formal de empregos na cidade em relação ao ano anterior  é menor do que o observado nos cenários nacional (3,26%), estadual (3,88%) e regional (3,41%).

“Nesse aspecto, merece destaque o crescimento dos demais municípios do Norte de Minas, pois, ao excluir Montes Claros, a região como um todo apresentou crescimento de 4,33%, acima do obtido pelo resto do estado. A diferença entre o percentual de crescimento de Montes Claros e o percentual de crescimento das demais cidades do Norte de Minas (em conjunto) era de 82% em maio e em junho subiu para 111%”, relata o coordenador do OTNM.

 

NÚMEROS ENTRE HOMENS E MULHERES

De acordo com a pesquisa da Unimontes, em junho de 2021 foram admitidos 1.417 homens (57,2% do total) e 1.059 mulheres (42,8%) no mercado formal de emprego em Montes Claros. Por outro lado, foram desligados 1.294 homens (55,7% do total) e 1.029 mulheres (44,3% do total).

Quanto ao perfil do trabalhador que obteve o melhor resultado no mês na relação entre admissões e desligamentos, o grupo em vantagem foi constituído por homens na faixa etária dos 18 aos 24 anos, com ensino médio completo, contratados por micro e pequenas empresas do comércio, da construção civil e dos serviços, com salários na faixa entre 1 a 1,5 salário mínimo, principalmente.

Entre as mulheres, as características das que obtiveram os melhores resultados enquadram-se na faixa etária dos 18 aos 24 anos, com ensino médio completo ou superior incompleto, contratadas para atuar no comércio com faixa salarial também do 1 a 1,5 salários mínimos.

As perdas mais significativas aconteceram para os trabalhadores acima de 30 anos, com ensino médio incompleto, que recebiam na faixa de 0,5 a 1 salário mínimo. No caso dos homens, o setor mais afetado foi o agropecuário, nas pequenas e médias empresas, seguido pelas médias empresas do setor de serviços.

Para as mulheres, observou-se saldo negativo nas médias e grandes empresas do setor de serviços e nas médias empresas do setor agropecuário. Merece registro a perda de postos de trabalho ocupados por homens com pós-graduação, na faixa etária de 40 a 69 anos.

O boletim do OBTNM diz ainda que “analisando a evolução ao longo dos últimos nove meses dos saldos mensais por categoria, observa-se que a preferência de contratações permanece sendo por trabalhadores na faixa dos 18 aos 24 anos e que as faixas etárias que mais perderam postos de trabalho são as que abrigam trabalhadores com 50 anos ou mais”.

 

REMUNERAÇÃO

Quanto à remuneração, revela o estudo do OTNM, no mês de junho as maiores perdas ocorreram para trabalhadores na faixa entre 0,5 a 1 salário mínimo. Porém, no acumulado dos últimos nove meses observa-se que as faixas com o maior saldo de contratação compreendem trabalhadores com remuneração de 0,5 a 1,5 salário mínimo. Há uma contínua perda de postos de trabalho nas faixas com maior remuneração, principalmente entre 5,5 e 7 salários mínimos.

Quanto às empresas, no acumulado dos últimos nove meses, o maior volume de saldo positivo ocorre nas microempresas do comércio e dos serviços e as maiores perdas ocorrem nas empresas médias. Foi registrado significativo aumento de contratações para o setor do comércio, tanto para homens quanto para mulheres. O setor agropecuário é o que apresenta o menor desempenho nas admissões.

“Para o mês de julho, seguindo a perspectiva histórica, espera-se que haja maior volume no saldo de contratações sobre os desligamentos”, conclui o professor Roney Sindeaux.

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