Índios Xacriabá de uma aldeia de São João das Missões realizaram uma manifestação na noite desta terça-feira (17), na porta do Hospital Senhora Santana, em Brasília de Minas. Os indígenas percorreram mais de 200 quilômetros para questionar o que eles acreditavam ser a demora no atendimento de uma criança de 10 anos que aguardava por uma cirurgia ortopédica.
“A criança teve uma queda de cavalo no dia 8 de agosto. Ele foi levado para o hospital de Itacarambi onde ficou internado e de lá saiu a transferência para o Hospital de Brasília de Minas. Desde então, do dia 8 a cirurgia dele não foi realizada. Ontem completou 10 dias que ele estava internado e o pessoal da aldeia sempre cobrando do porque ela não saia, tinha sido marcada algumas vezes e foi adiada e não dava justificativa para a família. Nesse momento a comunidade junto com a família se mobilizou na Aldeia Tenda e foi um grupo de 45 indígenas para o hospital para cobrar essa cirurgia”, explica.
Ainda de acordo com Marciel, a mãe do menino que acompanhava o filho se sentiu intimidada, uma omissão por parte da Unidade de Saúde.
“Graças a Deus a cirurgia foi feita ontem mesmo, ontem à tarde e a criança continua internada em recuperação. Os indígenas fizeram a sua parte que foi cobrar, esse é, inclusive, um diferencial da população indígena é que quando algo desse tipo acontece a comunidade se junta para ajudar o outro”, finaliza Marciel.
O que diz o Hospital
O hospital informou que a criança foi atendida e internada com uma fratura no braço que estava bastante inchado. O profissional da ortopedia que atendeu o menino viu a necessidade do tratamento do inchaço e inflamação, para só depois fazer o procedimento cirúrgico. Ele ficou internado para melhorar o quadro e no tempo certo fez a cirurgia sem risco para o paciente. Ainda de acordo com o hospital, ele não podia ser operado na situação que se encontrava antes do tratamento adequado. O menino foi operado e de acordo com a assessoria, ele permanece internado e passa bem.
Ainda de acordo com a instituição, ao serem informados de como foi todo o procedimento, os índios disseram que a pessoa que acompanhou o menino ao hospital e obteve essas informações, não conseguiu repassá-las. Por isso resolveram ir até a unidade. Apesar da manifestação, a presença dos índios na recepção não mudou e nem atrapalhou os serviços do hospital.