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Combate a corrupção: cinco policiais penais estão entre os presos da operação Trojan 

A Polícia Civil deflagrou a Operação Trojan na manhã de hoje (25) em três cidades do Norte de Minas. O foco da ação foi combater crimes de corrupção ativa e passiva, prevaricação, lavagem de dinheiro e organização criminosa no Sistema Prisional em Montes Claros, Francisco Sá e São Francisco. Entre os alvos, estão quatro parentes de presos, uma advogada, um comerciante e também policiais penais da Penitenciária de Francisco Sá.

Durante a operação foram cumpridos 14 mandados de prisão, 11 mandados de busca e apreensão, além de mandados cautelares de afastamento do cargo e bloqueios de contas bancárias.

“Desde 2018, a Polícia Civil através da Operação Muralha, ela identificou que vários presos da Penitenciária de Segurança Máxima de Francisco Sá utilizavam-se de aparelhos celulares para cometer crimes extra muros. Na continuidade da operação através da Operação Trojan a Polícia Civil busca impedir a entrada de aparelhos celulares na Penitenciária de Segurança Máxima. Esa organização criminosa desarticulada envolvia advogados, presos, parentes de presos, infelizmente agentes prisionais que procediam a entrada de aparelhos na unidade”, explicou o Delegado Regional Herivelton Ruas.

Participaram da Operação cerca de 90 policiais civis e policiais penais. A aeronave da Polícia Civil e Corregedoria também atuaram de forma efetiva.

“A investigação começou a partir da primeira fuga que ocorreu na Penitenciária em setembro de 2019. Um inquérito foi instaurado e fomos fazendo as diligências até a Polícia Civil obter informação que a entrada de telefones também estava sendo facilitada. Verificamos desde de 2018, analisamos todos os telefones que foram apreendidos e foram registradas 80 ocorrências policiais com apreensão de 100 aparelhos telefônicos pelo Sistema Prisional. Fizemos uma minuciosa avaliação até analisar mais de 18 mil linhas telefônicas e dessas linhas mais de 100 mil ligações feitas. A partir daí chegamos até os autores e os integrantes dessa organização criminosa”, detalha o delegado Alberto Tenório.

Uma conta bancária teria sido encontrada dentro de uma cela e a partir dela, foi possível chegar até a identificação de uma conta bancária que teria movimentado mais de R$100 mil. Essa conta estava sendo usada para movimentação ilícita. Um preso conhecido como “Faxina” e uma advogada de vários detentos fazia a negociação com os Policiais penais.

“O meio mais comum de entrada dos aparelhos era por meio de Sedex na identificação de algum preso que tivesse as características necessárias para receber, porque não era qualquer um que receberia ou da forma mais comum, sendo arremessado de fora da penitenciária e também pelos agentes que entravam como se fossem deles”, finaliza Alberto.

Segundo o Diretor Regional da Polícia Penal Antônio Costa, “Uma das principais premissas do Secretário Geral Rogério Bretas é o combate ao crime organizado e a corrupção, qualquer ato ilícito cometido por servidores será punido com o rigor da lei, respeitando a ampla defesa e o contraditório. O DEPEN não compactua com práticas ilícitas e trabalhamos de forma integrada com as outras forças de segurança pública no combate a corrupção”, conclui.

 

 

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