Depois de promulgada a Lei Complementar 185, de 2021, que inclui 85 municípios de Minas Gerais e Espírito Santo na área de atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), entidades norte-mineiras, contrárias a essa decisão do Governo Federal, emitiram nota de repúdio contra a decisão.
No documento, a Sociedade Rural de Montes Claros, Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Montes Claros (ACI), Agência de Desenvolvimento da Região Norte de Minas Gerais (Adenor) e Conselho de Desenvolvimento Sustentável de Montes Claros (CODEMC), exprimirem a indignação ao ver um movimento de expansão da lista de municípios da Área Mineira da Sudene baseada em critérios eminentemente políticos.
Ainda na Nota, o texto informa sobre “a respeito do argumento de que o Norte de Minas e Norte do Espírito Santo não conseguem gastar os 5% da verba do FNE que a eles são destinados e que, por isso, é preciso fazer a ampliação da lista de municípios, recorremos à metáfora para refutar esse fundamento, mais parece “tratar a dor de cabeça e deixar que a doença aumente”.
Na nota, as entidades afirma que “fecham os olhos para os obstáculos e o excesso de regramento que inviabilizam a obtenção do investimento e buscam aumentar a fila de municípios com o pires na mão”.
Essa retórica, notadamente, vem a confundir e iludir a opinião pública, passando a ideia de que sobram recursos para investimento e que o Norte de Minas e Norte do Espírito Santo já são “saciados” por não usarem integralmente os 5% da verba do FNE. É obvio que essas regiões são necessitadas e que se os recursos não são integralmente utilizados e empregados é porque existem graves entraves, como a falta de agilidade do Banco repassador dos recursos e, principalmente, os rituais e regras criadas pela Secretaria de Meio Ambiente, amparadas na legislação mais rígida do país, que na maioria dos casos só conduzem à inviabilidade dos projetos de investimento.
Ainda de acordo com as instituições, o momento é invocar e chamar a atenção de nossos associados e da população para discernirem sobre essas ações legislativas e mantos utilizados para apresentá-las, reafirmando o nosso sentimento de repulsa a iniciativas legislativas dessa natureza.
Encerrando, esperam que “os legisladores e governantes busquem, antes de alterações legislativas abruptas e de conveniência, tentar compreender o que está acontecendo com a nossa região e que enxerguem esse cenário instalado em que a cada dia que se passa está ficando mais difícil empreender e que a solução para isso é sobretudo descomplicar normas para dar viabilidade aos empreendimentos”.