DESERTO DE ATACAMA, Chile, 1 de novembro (Reuters) – No seco deserto do Atacama, no Chile, os observadores estelares estão examinando o céu noturno claro para detectar a existência de vida em outros planetas e estudar a chamada ‘energia escura’, uma misteriosa força cósmica que se acredita ser conduzindo a expansão acelerada do universo.
O centro da corrida para perscrutar mundos distantes é o Telescópio Gigante de Magalhães (GMT), um complexo de US $ 1,8 bilhão sendo construído no observatório Las Campanas e que terá uma resolução 10 vezes maior do que o telescópio espacial Hubble.
O telescópio, que deve começar a operar no final da década, vai competir com o Extremely Large Telescope do European Southern Observatory – localizado mais ao norte no mesmo deserto – e também com o Thirty Meter Telescope (TMT) que está sendo construído no Havaí.
“Esta nova geração de telescópios gigantes tem como objetivo precisamente detectar vida em outros planetas e determinar a origem da energia escura”, disse Leopoldo Infante, diretor do observatório Las Campanas. “É uma corrida desses três grupos para quem faz a primeira e quem faz a primeira descoberta.”
Infante disse que o novo telescópio gigante seria capaz de detectar moléculas orgânicas na atmosfera de planetas distantes. “Essa é a expectativa”, disse ele. “E quem detectar vida em outro planeta vai ganhar o Prêmio Nobel, garanto.”
O outro prêmio é estudar a energia escura – separada da matéria escura igualmente enigmática – que é considerada uma propriedade do espaço e está impulsionando a expansão acelerada do universo. Ele constitui uma grande parte do universo, mas permanece principalmente um mistério não resolvido.
“Há uma energia que está fazendo com que o universo se expanda, mas também acelera essa expansão”, disse Infante, acrescentando que os cientistas sabiam que essa energia deve existir, embora não entendessem sua origem.
“Portanto, este telescópio foi projetado para ser capaz de estudar precisamente o que é chamado de energia escura do universo, para ser capaz de compreender fisicamente o que é essa energia e de onde vem essa energia.”