Em novembro, grupo de estudos Estado, Gênero e Diversidade discute representatividade negra em campos tradicionalmente dominados por pessoas brancas
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não computava dados sobre raça/cor de suas candidaturas até 2014. Quando isso mudou, os registros mostraram que, oficialmente, 60% dos representantes políticos brasileiros são homens brancos. É para discutir esse tema que o grupo de estudos Estado, Gênero e Diversidade (Egedi), da Fundação João Pinheiro (FJP), promove um encontro virtual nesta sexta-feira (12/11). O evento será transmitido ao vivo, a partir das 14h, pelo canal da FJP no YouTube.
A discussão tem como convidado o coordenador do programa de pós-graduação em Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), Carlos Machado. As preocupações e temáticas contidas no livro Raça e Eleições, do qual Machado é um dos autores, serão aprofundadas no evento. O pesquisador da FJP, Sérgio Félix, também participa como mediador.
Contexto
A ciência política e a administração pública, que antes não abordavam de maneira organizada as questões raciais, tiveram esse cenário alterado nos últimos anos, sobretudo a partir da implementação das ações afirmativas no ensino superior brasileiro. Ainda assim, para que as pautas antirracistas avancem, precisam adentrar os espaços formais de decisão e representação política.
Raça e Eleições
Publicado em 2020, em coautoria com o professor Luiz Augusto Campos, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o livro Raça e Eleições aborda os aspectos normativos relacionados à maior representatividade da população negra na política e sua relação com a democracia.
A obra analisa também os fatores que determinam a exclusão dessas pessoas: o acesso da população negra ao sistema partidário, as diferenças entre as legendas, o financiamento desigual das candidaturas negras, a intersecção entre raça e gênero que impacta essas dimensões, analisando a evolução das pautas raciais no Congresso Nacional nos últimos anos.
Calendário de debates
A FJP promove outros dois debates no mês da Consciência Negra. No dia 17/11, o Egedi recebe a pesquisadora do Centro de Estudos Republicanos (Cerbras) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Débora Alcântara para a mesa “O pensamento de Beatriz Nascimento”.
Já em 24/11, às 14h, a especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG) e pesquisadora das áreas de gênero, raça e participação política Julye Beserra discute o tema “Ser mulher, ser negra e ser gestora: um estudo de caso no poder executivo de Minas Gerais”.
Serviço
FJP promove debates no mês da Consciência Negra
Datas: 12/11/2021 (sexta-feira)
17/11/2021 (quarta-feira)
24/11/2021 (quarta-feira)
Horário: 14h
Transmissão: clique aqui