Mais uma vez a proteção animal e a necessidade da criação de políticas públicas voltadas para a causa, voltaram a ser pauta de audiência pública realizada na noite desta quinta-feira, 18, na Câmara de Montes Claros.
A sessão foi de iniciativa da vereadora Ceci Protetora (PP).
Diversos assuntos voltados para a proteção animal pautaram a audiência pública, como a prevenção da leishmaniose e o cuidado que deve haver com cães e gatos testados positivos para doença, o fim da eutanásia para esses animais, bem como a castração para que não possam transmitir para os futuros filhotes. Outro assunto em destaque foi em relação ao tráfico de animais silvestres, uma vez que Montes Claros possui a segunda maior rota desse tipo de crime no Estado e o primeiro do Norte de Minas.
Para a proponente da audiência, vereadora Ceci Protetora, apenas controlar a população animal (a castração) não é política pública. Em relação ao tráfico de bichos silvestres, a parlamentar relatou que não há efetividade em evitar que isso aconteça.
“A realidade é que o Poder Público não protege os animais e em nosso município também não há ações neste sentido. Para amparar a causa, protocolei emendas ao Plano Plurianual (PPA) voltadas para proteção animal”, destacou a vereadora.
O deputado estadual Noraldino Júnior (PSC) sugeriu que o município de Montes Claros utilize o modelo implantado em Juiz de Fora, onde foram feitos o cadastramento dos carroceiros e a criação de projetos para estes profissionais, preservando assim a vida dos cavalos, que muita vezes são “escravizados”.
Já o deputado estadual Fred Costa (Patriota) enfatizou que não se faz políticas públicas para os humanos, excluindo o bem-estar animal. Entendendo, que proteger os animais é além de carinho, é uma questão de saúde pública. O parlamentar ainda lembrou que destinou R$700 mil em emendas para Montes Claros investir na causa – o recurso segue os trâmites burocráticos.
O secretário de Meio Ambiente Soter Magno também falou sobre a falta de políticas públicas para o cuidado animal. Ele destacou que o castramóvel está funcionando para ajudar no controle populacional de animais, assim ajudará a evitar doenças e o abandono.
“Estamos elaborando medidas para termos ações concretas na proteção animal. Em relação aos silvestres, já estamos na fase final do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), onde receberemos esses animais vítimas do tráfico”, pontuou o secretário.
LEISHMANIOSE
Segundo a advogada especialista na causa animal, Brenda Lima, o ideal é preservar os animais testados positivos para leishmaniose e que a eutanásia não é uma medida efetiva, pois, livra-se do animal e não do protozoário causador da doença. Ainda de acordo com a especialista, é necessário fazer política pública em prol da saúde única: pensando no ser humano, meio ambiente e nos animais.
O médico veterinário Alex Portes apontou que o assunto não é apenas tratar o bem-estar animal, o assunto é questão de saúde pública, uma vez que a doença também atinge aos humanos.