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Palestra promovida pela aliança nacional discute violência domestica

Foto: Divulgação

Uma palestra para discutir a violência contra a mulher será o tema  do evento promovido pela Aliança Nacional LGBTQIA nesta quinta-feira (25), em Montes Claros.

Segundo Letícia Imperatriz, Coordenadora Adjunta Estadual da Aliança Nacional LGBTI, “a iniciativa do evento surgiu a partir de uma pesquisa com um grupo de mulheres trans, cis e lésbicas. E uma das questões que mais chama a atenção na pesquisa é o índice de violência crescente no momento atípico da pandemia”, aponta Letícia.

E buscando discutir e alertar sobre a violência apontada pelos dados, surgiu  a necessidade de atribuir as mulheres um dia de diálogo, com música e informações.

“A professora Cláudia Maia é uma das convidadas e vai discorrer sobre os temas. Estamos desenvolvendo ações para o combate dessa violência presente na vida dessas mulheres que possuem diversos papeis na sociedade”, fala Leticia.

O evento será presencial e começa às 19 horas. Ele será realizado no Solar dos Sertões, na Praça Coronel Chaves n° 152, com  transmissão pelo Instagram @Alia.moc.

Dados do 14° Anuário Brasileiro de Segurança Pública

 

 

Sobre feminicídio

Em 2019, 66,6% das vítimas de feminicídio no Brasil eram negras. Este percentual revela uma maior vulnerabilidade das mulheres negras a este tipo de crime, uma vez que elas representavam apenas 52,4% da população feminina nos estados que compõem a base de microdados.

Cerca de 56,2% das vítimas de feminicídio em 2019 tinha entre 20 e 39 anos de idade.

Em 2019, 53,6% das vítimas de feminicídio foram mortas com a utilização de arma branca, 26,9% com armas de fogo e 19,5% por outros meios (como agressão física e asfixia mecânica).

Sobre a violência doméstica

Caem os registros nas delegacias de violência contra a mulher durante a pandemia no 1º semestre de 2020. Aumentam chamados para o 190, sendo 3,8% nos acionamentos da PM em casos de violência doméstica, totalizando 147.379 registros no período.

Uma agressão a cada 2 minutos, sendo 266.310 registros de lesão corporal dolosa em decorrência de violência doméstica.

58,9% dos feminicídios têm como local de ocorrência uma residência e que, em 89,9% dos casos o autor do crime é um companheiro ou ex-companheiro da vítima. Em que pese a autoria ser conhecida no momento do registro em apenas 21,5% dos casos, a relação próxima entre vítima e autor e a residência como o local do crime é compatível com o encontrado em pesquisas de vitimização.

Sobre a violência sexual

Um estupro a cada 8 minutos. Foram 66.123 boletins de ocorrência de estupro e estupro de vulnerável registrados em delegacias de polícia apenas no ano passado.

No primeiro ano completo de vigência da Lei nº 13.718/2018 foram registrados 8.068 casos de importunação sexual no Brasil, uma taxa de cerca de 6,6 vítimas para cada 100 mil habitantes.

Mulheres trans

Os dados são mais assustadores quando falamos da violência contra a mulher trans, em dois mil e vinte foram 151 assassinatos nos dez primeiros meses do referido ano (ANTRA, 2020), número esse que cresceu 22% em relação ao ano anterior. Foi recentemente exposto o caso do assassinato de Rubia Carvalho, em Monte Azul, no Norte de Minas. A mulher trans foi morta por outra mulher trans. Na época, a suspeita era de a autora teria praticado o crime por inveja de Rubi.

“Precisamos comungar em pensar políticas públicas para todas, de respeito, dignidade, saúde e segurança e, por isso, o evento Ser Tão Mulheres: Nós por Nós faz-se tão importante, nesse momento estaremos em um espaço conjunto pensando sobre as vivências que temos, que compartilhamos, ouvindo grandes mulheres cantoras, homenageando outras grandes cantoras mulheres que fizeram história”, finaliza.

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