A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais (FCDL-MG) assinaram, na manhã desta segunda-feira (29/11), um Termo de Cooperação Técnica em apoio à campanha “Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica”. Agora, a iniciativa, por meio da adesão de estabelecimentos comerciais, poderá chegar a todo o estado.
A campanha, criada em 2020, durante a pandemia de coronavírus, consiste em possibilitar às mulheres denunciarem casos de violência doméstica de forma silenciosa, apresentando um “X”, preferencialmente na cor vermelha, na palma da mão em estabelecimentos comerciais. A partir do sinal, o funcionário da empresa solicita os dados da vítima e os repassa para as autoridades policiais.
Estiveram presentes na cerimônia, além do chefe da PCMG, delegado-geral Joaquim Francisco Neto e Silva, a chefe do Departamento de Investigação, Orientação e Proteção à Família (Defam), delegada-geral Carolina Bechelany, o presidente da FCDL-MG, Frank Sinatra, a deputada federal Greyce Elias – uma das autoras do projeto de lei que originou a Lei nº 14.188/2021, a qual instituiu a campanha –, a chefe da Divisão Especializada em Atendimento à Mulher, ao Idoso e à Pessoa com Deficiência e Vítimas de Intolerâncias, delegada Isabella Franca, o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Marcelo de Souza e Silva, entre outros representantes.
União de esforços
Para o chefe da Polícia Civil, a parceria agrega esforços e aumenta as possibilidades de um efetivo apoio às mulheres em âmbito estadual. “Unir forças e convidar a comunidade em toda Minas Gerais para o enfrentamento da violência doméstica é possibilitar que as vítimas tenham efetivamente um caminho de denúncia e de acolhimento, além de viabilizar a responsabilização dos seus agressores”, explica Joaquim Francisco.
O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas, Frank Sinatra, ressalta a viabilidade de expansão da iniciativa. “A adesão da FCDL-MG será de grande importância para o fortalecimento da campanha ‘Sinal Vermelho’ em todo o estado, visto que a entidade representa 206 CDLs (Câmaras de Dirigentes Lojistas) em Minas Gerais, com mais de 70 mil associados”, afirma.
Até o momento, 30 CDLs mineiras já iniciaram o processo de adesão à campanha. A meta da Federação é alcançar todas as 206 Câmaras. “Tenho certeza de que os comerciantes de todo o estado irão abraçar a ideia e fazer sua parte para contribuir na diminuição dessa escalada de violência”, ressalta Sinatra.
Enfrentamento
Segundo o chefe da PCMG, só em 2020, 145 mil mulheres mineiras foram vítimas de violência doméstica. Entre 2019 e 2021, foram registrados 411 feminicídios. “A Polícia Civil trabalha para diminuir esses dados alarmantes. Só neste ano, já efetuamos mais de 90 mil medidas protetivas”, ressalta.
O presidente da CDL/BH observa que a adesão da Federação à campanha vai fortalecer ainda mais as ações de combate à violência doméstica no estado. “Assim como temos feito em Belo Horizonte, cada CDL em Minas terá papel fundamental de fazer a diferença para diminuir essa triste estatística”, comenta Marcelo de Souza e Silva.
Uma das autoras do projeto que originou a Lei nº 188/2021, a deputada federal Greyce Elias destaca a sua satisfação de ver grandes entidades como a FCDL-MG abraçando essa importante missão. “Agradeço imensamente por todo o apoio que já vínhamos recebendo da CDL/BH e, agora, também da Federação, que levará a campanha para o interior do estado e ajudará milhares de mulheres a romperem com o ciclo de violência”.
Suporte
A chefe do Defam, delegada-geral Carolina Bechelany, destaca: “Vamos orientar e dar todo suporte aos lojistas que aderirem à campanha. O papel do associado é fundamental para a eficácia da ação. É importante que ele saiba que, ao auxiliar a denúncia, pode estar salvando uma vida”.
“Todos nós precisamos nos unir para combater a violência doméstica contra a mulher. Ajudar a salvar essas vidas é um dever de todos nós”, reforça o presidente da FCDL-MG.
Além da campanha, a PCMG disponibiliza o aplicativo MG Mulher. As denúncias podem ser feitas nas Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deam), na unidade policial mais próxima ou mesmo pela Delegacia Virtual (clique AQUI ).
Denúncias em números
Ao longo de 2021, a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos recebeu 46 mil denúncias de violência doméstica e familiar contra a mulher. De acordo com o recente levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma a cada quatro mulheres do país afirma ter sido vítima de ações violentas durante o período de pandemia. Em números, significa que quase 17 milhões de mulheres (24,4%) sofreram violência física, psicológica ou sexual em 2020.