Após investigação qualificada do setor de inteligência, a Polícia Civil de Minas Gerais prendeu em flagrante, nessa quarta-feira (22/12), um homem de 36 anos, suspeito por crime de importunação sexual. Ele foi preso em Ribeirão das Neves, Região Metropolitana de Belo Horizonte, ocasião em que foram apreendidos dois celulares que serão encaminhados à perícia da PCMG, a fim de identificar novas vítimas.
De acordo com a titular da 1ª Delegacia de Polícia Civil no Barreiro, delegada Fernanda Fiuza, as investigações iniciaram no dia 4 de dezembro, quando uma vítima, de 36 anos, denunciou o crime. “Nós temos a questão de um predador sexual que foi identificado a partir de uma vítima adulta, mas com a investigação chegamos à conclusão que além de vítimas adultas ele também fazia vítimas crianças”, pontua.
Ainda segundo a delegada, quatro crianças já foram identificadas. “Uma criança que conseguimos identificar, cujos pais já prestaram depoimento na delegacia, teve o comportamento de reportar aos pais no momento em que estava acontecendo [a importunação] e os pais tomaram providência. Porém, nem sempre essa é a realidade. Geralmente, as crianças não entendem o que de fato está acontecendo e não levam ao conhecimento dos pais”, destaca Fernanda.
O delegado regional no Barreiro, Rômulo Dias, faz um alerta. “A investigação já identificou uma criança, de 8 anos de idade, que foi vítima desse homem preso. Mas segundo relatos, há suspeita de diversas crianças vítimas desse crime. Fica um alerta aos pais para que acompanhem a vida social dos seus filhos, crianças e adolescentes, nas redes sociais e no mundo virtual, porque essas crianças podem estar sendo expostas a pessoas desse tipo”, ressalta.
Além do crime de importunação sexual, com o andamento das investigações, a PCMG também apurou a prática de outros delitos previstos no Estatuto da Criança e Adolescente, além de falsidade ideológica.
O crime
Conforme relata Fernanda, o homem entrava em contato com as vítimas de forma aleatória, por meio de videochamada, em aplicativo de mensagens, enquanto praticava ato libidinoso. “Então a criança abria a chamada de vídeo e dava de cara com a situação. Além de entrar em contato por chamada de vídeo, ele encaminhava diversas fotos dos órgãos genitais e pedia para que a vítima mandasse fotos e falasse coisas para continuar a ação dele, tanto para adultos quanto crianças”, completa.
A delegada ainda conta que, além de adotar nome falso, um dos números utilizados pelo investigado, com final 8657, estava cadastrado com dados de uma mulher que já havia morrido. “Ao ser ouvido, ele [suspeito] reportou que entrava em contato, independente de ser homem ou mulher, e que se acontecesse de ser criança ele continuava com a ação da mesma forma”.
Registro de ocorrência
Levantamentos indicam que, desde outubro, cerca de 50 pessoas foram vítimas do suspeito na capital e no interior. “É importante que as vítimas façam o registro de ocorrência, em uma delegacia mais próxima, e informem o número completo do telefone na ocorrência para facilitar as investigações”, afirma Fernanda. Após o registro de ocorrência, a vítima ainda pode, caso tenha interesse, enviar o número do boletim para o e-mail: fernando.augusto@policiacivil.mg.gov.br.