22 de setembro, 2024

A primeira etapa do Projeto de Melhoramento Genético na Apicultura no Norte de Minas foi concluída com um evento em Bocaiuva, que reuniu apicultores do entorno. O projeto de produção itinerante de rainhas é uma iniciativa do Sistema FAEMG e tem o apoio dos Sindicatos de Produtores Rurais. No Norte de Minas, o projeto tem base em sete municípios e abrange produtores atendidos pelo Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Sistema FAEMG. Mais de 200 produtores serão beneficiados nessa fase.

“Foi mais um dia histórico porque sabemos da importância da apicultura para a região, e este projeto será o grande diferencial. Ao fazer a substituição das rainhas, esperamos o aumento da produtividade das colmeias. Queremos que o Norte de Minas ocupe a primeira posição do estado na produção de mel”, enfatizou o gerente regional do Sistema FAEMG, Dirceu Martins.

A partir desta quinta-feira (14), a unidade móvel retorna aos apiários selecionados, onde foram feitas as incubações das larvas das novas abelhas-rainhas, para coletar as realeiras produzidas, que serão distribuídas aos apicultores.

Expectativas 

Com uma produção superior a 70 toneladas no último ano, os apicultores assistidos pelo ATeG no Norte de Minas seguem confiantes no franco crescimento da produção de mel e seus derivados. Em Cônego Marinho, o apicultor Afonso Almeida Viana, que atua na cadeia produtiva do mel desde 2019, não vê a hora de colocar as novas abelhas-rainhas em seu apiário. Ele começou com apenas quatro caixas e, após o início do ATeG, esse número aumentou para 40.

“Este projeto vai ser fundamental para a produção e o aumento das colmeias. Não consigo produção em alguns enxames, o que pode ser um problema exatamente na rainha, que precisa ser substituída. Agora é o momento ideal. Antes do ATeG, eu estava quase desistindo. Quando o técnico chegou, foi uma evolução grande. Com o melhoramento genético, espero multiplicar a produção”.

Confira outros depoimentos de apicultores do Norte de Minas:

Pedras de Maria da Cruz

“Minha produção começou bem caseira, com poucas caixas, para uso próprio. Após o ATeG, passei a ter mais organização e a sonhar com mais evolução. Então, achei muito legal o projeto de melhoramento genético, ver o laboratório, como é feita a incubação da larva da abelha. Precisamos muito dessas rainhas melhores. Nunca fiz a troca de rainhas, tenho muitas caixas sem produção e com rainhas fracas. Com este método, espero crescer e repassar os conhecimentos para outros colegas crescerem também” – Manoel Lima de Aquino, apicultor com 20 anos de experiência e que, por meio do ATeG, melhorou sua produtividade, atingindo a marca de 580 quilos de mel na última safra.

São João da Ponte

“Eu já fazia a troca de rainhas naturalmente, mas, com a técnica repassada pelo consultor, ficou muito mais fácil. Onde a gente mora é muito difícil, e essas ações são muito importantes. Hoje vivo totalmente das abelhas. A partir de agora, poderemos fazer os enxames com as novas abelhas-rainhas e ajudar outros produtores.” – Cleuza de Jesus Antunes Aguiar, produtora que, por meio do ATeG, atingiu 160 quilos de produção de aroeira na última florada e que teve o apiário escolhido para o desenvolvimento do projeto.

Lontra

“Antes do ATeG, não tinha assistência e pouco conhecimento. Criava na raça. Após o ATeG, cheguei a 25 colmeias, produzindo cerca de 15 quilos por colmeia. Quando recebemos a notícia do melhoramento genético, logo entendemos que iria melhorar mais e mais. A peça fundamental do enxame é a rainha. Se ela não fizer uma boa postura, não conseguimos coletar néctar. Aqui não tinha o costume de fazer as trocas das abelhas, que faz parte do tripé da apicultura. Estou muito contente e confiante.” – Lucas Antunes Rocha, apicultor desde 2018.

Ubaí

“Hoje eu produzo mais na florada da aroeira, com produção de 200 quilos na última colheita. A expectativa com o melhoramento genético é aproveitar mais as diversas floradas da região. Com o apoio do Sistema FAEMG e Sindicato Rural, temos tudo para melhorar. Temos que agarrar com as duas mãos este projeto. Ele já traz um ânimo novo para outros produtores investirem também. Ainda sou um pequeno produtor e quero crescer. Do ano passado pra cá, investi mais, já pensando no projeto.” – Antônio Jesus Gonçalves, apicultor que modificou métodos de trabalho e manejos e cresceu na atividade, após acompanhamento técnico.

Montes Claros

“O melhoramento genético vai aprimorar e aumentar a nossa produção. Com a ATeG, estamos recebendo muito conhecimento. Esperamos que o melhoramento genético também aumente muito a procura dos produtores rurais pela cadeia produtiva do mel. O projeto anima os novos apicultores e os mais experientes também” – Enilson Fonseca Silva, apicultor e presidente da Associação de Apicultura do Norte de Minas e Região, que representa os produtores de distritos rurais de Montes Claros.

Joaquim Felício

“Sempre precisamos atualizar as nossas práticas e, para ser sustentável na atividade apícola, precisamos introduzir culturas para agregar valor. Temos na cidade uma casa do mel que está desativada e muitos apicultores que, infelizmente, desistiram da atividade ao longo dos últimos anos. Com o projeto, os apicultores viram na prática a importância da genética para a produção e que este trabalho vai contribuir para aumentar a produtividade. Tudo isso facilita o trabalho e gera renda e sustentabilidade para a cadeia produtiva. Será um incentivo para que os apicultores andem com as próprias pernas, a partir de um direcionamento técnico” – Sérgio Eduardo Machado, apicultor e secretário municipal de Agricultura.

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