20 de maio, 2024

Antropólogo, historiador, sociólogo, escritor, senador e ministro da Educação. Essa é uma parte do currículo de Darcy Ribeiro, um dos mais notáveis filhos de Montes Claros e que, em 2022, completaria 100 anos (ele faleceu em 1997, aos 74 anos). Alvo de homenagens realizadas em todo o país por ocasião de seu aniversário de nascimento, chegou a vez de Darcy ser celebrado também em sua cidade natal, que tanto influenciou sua vida e pensamento. 
A homenagem será nesta sexta, 9 de dezembro, a partir das 20 horas, na Praça da Matriz, centro histórico de Montes Claros. A Orquestra Sinfônica de Montes Claros fará um concerto celebrando a vida de Darcy, com mais de 40 músicos e regência de Maria Lúcia Avelar. O evento será gratuito e contará ainda com circuito gastronômico com comidas regionais e um telão de led que vai apresentar fotos e frases ilustrando o pensamento do intelectual.
Para Júnia Rebello, diretora de Projetos e Eventos da Secretaria Municipal de Cultura e organizadora do concerto, a homenagem é, mais do que importante, necessária. “Darcy foi uma figura nacional, que trouxe coisas inovadoras ao pensamento brasileiro”, conclui.
UM POUCO DA HISTÓRIA DE DARCY
1947-1956 – Trabalha com índios do Pantanal, do Brasil Central e da Amazônia, com Rondon, no Serviço de Proteção ao Índio.
1950 – Publica o livro “Religião e mitologia kadiwéu”.

1953 – Participa da fundação do Museu do Índio, Rio de Janeiro.

1955-1956 – Atua como professor de etnologia da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, Rio de Janeiro.
1957 – Publica os livros “Arte plumária dos índios kaapor” e “Uirá sai à procura de Deus” (obra de ficção baseada na vida indígena).
1959 – É encarregado pelo presidente Juscelino Kubitschek de planejar a Universidade de Brasília.
1961 – Exerce o cargo de primeiro Reitor da Universidade de Brasília.
1962-1963 – Atua como Ministro da Educação do Gabinete parlamentarista presidido por Hermes Lima (presidente da República: Jânio Quadros)

1963-1964 – Atua como Chefe do Gabinete Civil da Presidência da República, com João Goulart.
1964 – É exilado no Uruguai e participa da reforma e da fundação de várias universidades.
1967 – Publica o livro “La universidad necesaria”. 
1968 – Regressa ao Brasil. Publica os livros “O processo civilizatório” e “La Universidad Latinoamericana”.
1969 – Publica o livro “As américas e a civilização”. É preso e absolvido. Apesar disso, deve deixar o país. Novo exílio. Publica o livro “Os brasileiros: 1. Teoria do Brasil”.

1970 – Publica o livro “Configurações histórico-culturais dos povos americanos”.
1971 – Exilado no Chile, atua como professor da Universidad de Chile. Assessora o presidente Salvador Allende. Publica o livro “Os dilemas da América Latina”.
1972 – Exilado no Peru, assessora o presidente Velasco Alvarado. Publica, sob a forma de livro, “Université des sciences humaines d’Alger”.

1974 – Constata em Paris um câncer de pulmão. Obtém licença do governo militar para vir ao Brasil, a fim de fazer a cirurgia. Publica o livro “La universidad peruana”.
1976 – Publica o livro “Maíra” (ficção baseada na pesquisa antropológica, em convívio com os índios). Retorna do exílio. Fixa residência no Rio de Janeiro.

1979 – Anistiado, torna-se professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais.

1981 – Publica o livro “O mulo”.
1982 – Publica o livro “Utopia selvagem” (também obra de ficção baseada na pesquisa antropológica).
1983-1986 – Atua como Vice-governador, Secretário de Cultura e coordenador do Projeto Especial de Educação (que abrangia os Cieps).
1986 – Publica “O livro dos Cieps”. É reintegrado como Pesquisador Sênior do CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
1991 – Assume como Senador e fica na função até 1997.

1991-1992 – Secretário Extraordinário de Projetos Especiais do Estado do Rio de Janeiro: novamente os Cieps.

1992 – Envolve-se com o Projeto de Lei de Diretrizes e Bases – LDB (nº 67/92). É eleito para a Cadeira nº 11 da Academia Brasileira de Letras, que tem como Patrono Fagundes Varela.
1993 – É recebido na Academia Brasileira de Letras por Cândido Mendes
1994 – Funda a Universidade Estadual do Norte Fluminense.
1995 – Relata no Senado o Projeto da LDB. Publica o livro “O povo brasileiro”.
1996 – Envolve-se com os projetos da Universidade Aberta do Brasil e da Escola Normal Superior e com a organização da Fundação Darcy Ribeiro.
1997 – Morre em Brasília, no dia 17 de fevereiro. Seu corpo foi sepultado no Mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro.

About The Author