Um idoso, de 79 anos, foi condenado há mais de 10 anos de prisão por feminicídio triplamente qualificado, na noite desta terça-feira (7), em Montes Claros. O crime aconteceu no dia 28 de junho de 2021, em Campos Elíseos, zona rural da cidade.
Na época do crime, Salvador Pereira dos Santos contou para a polícia que a vítima, Celma Dias dos Santos, de 48 anos, teria chegado na chácara onde trabalhava como caseiro e eles teriam mantido relação sexual. Ele contou que reclamou das condições de higiene íntima de Celma e que teria se recusado a pagar o valor cobrado por ela para consentir a relação.
Segundo o idoso, ele não concordava em pagar R$ 100, e disse a mulher que pagaria apenas R$ 20. Por causa da desavença, os dois iniciaram uma discussão e Celma teria pegado a bolsa do idoso para retirar o dinheiro à força. Nesse momento, os dois caíram no chão já na parte externa do imóvel. Durante a queda, o autor machucou a mão e ficou furioso com a situação e acabou pegando uma faca e golpeando a mulher três vezes, no peito, mão esquerda e abdômen.
Mesmo ferida, Celma tentou ir embora e foi novamente atacada pelo idoso. O criminoso disse aos policiais na época que teria perseguido a mulher após ser ofendido com palavras de baixo calão. Salvador continuou na casa e pensou que a mulher teria ido embora e retornado para casa dela. Somente no dia seguinte, ao amanhecer, percebeu a vítima caída no chão próximo a saída do lugar já sem vida. Ele chamou os vizinhos que acionaram a Polícia Militar.
Celma era casada com um primo do autor e fazia serviços de diarista em algumas chácaras da região.
O Júri aconteceu no Fórum Gonçalves Chaves e durou até a madrugada. Segundo o advogado do condenado, Emerson Cordeiro, a pena foi fixada no seu patamar mínimo, em 12 anos, com a exclusão de qualificadoras e reconhecimento das atenuantes do crime. “Após longas horas de julgamento, a sensação de dever cumprido é impagável, disse”. Ainda segundo o advogado, seu cliente não teve intenção de matar a Celma, já que no dia pensou que só tinha ferido a mulher e que ela teria ido embora após a briga. O advogado usou os argumentos na defesa de que Salvador era réu primário, e não tinha qualquer histórico de violência.
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