O serviço de urgência e emergência do Samu tornou-se necessário em toda Minas Gerais, o que exige que seja um trabalho de alto nível, que salve realmente vidas e tenha uma equipe preparada, treinada e disposta a enfrentar grandes desafios para aliviar a dor do próximo.
Mediante a grande responsabilidade deste serviço, o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência do Norte de Minas (Cisrun) precisa demonstrar total lisura em sua gestão, já que trata-se de um serviço que já salvou inúmeras vidas e deixou a desejar em milhares de outras situações, mas não por falta de comprometimento de parte da equipe técnica e sim por muitas vezes faltar estrutura suficiente para realização dos atendimentos.
A equipe de jornalismo do Gerais News têm recebido constantes denúncias sobre o Portal da Transparência do Cisrun e também sobre um suposto esquema de “empreguismo” implantado dentro do consórcio.
Segundo denúncias, o deputado federal Paulo Guedes, do PT, monopolizou o Cisrun, dando emprego a centenas de cabos eleitorais que em muitas das vezes não têm qualificação para realizar determinadas funções.
Ainda segundo os denunciantes, que optaram em não se identificar, existe dentro do Cisrun um exagerado gasto com futilidades por parte do grupo político ligado a Guedes, enquanto muita gente morre a espera do atendimento e recebe como justificava a falta de ambulância disponível para importantes atendimentos.
Funcionários efetivos revelaram ainda que quem dá as cartas dentro do Consórcio é o deputado Paulo Guedes, tendo indicado inclusive familiares, cabos eleitorais e muitas amigas próximas para ocupar cargos estratégicos dentro do Cisrun, além de despachar diretamente com a Diretora Executiva da entidade, Zildete Ferreira, indicada por ele para ocupar o cargo há cerca de dois anos. “Quando ele não fica horas preso na sala com Detinha, a diretora, ela vai para casa dele despachar demandas internas do Samu”, revelou uma das denunciantes.
Atualmente, o Cisrun recebe aproximadamente R$ 5 milhões de verba pública, entre recursos das prefeituras da região e dos governos federal e estadual. Recurso que deve ser gasto com manutenção do serviço de urgência e emergência, mas que segundo denúncias tem servido para esquemas de politicagem, sem nenhuma fiscalização adequada.
Entramos em contato com a diretora do Consórcio, Zildete Ferreira, que se recusou a atender nossa equipe de jornalismo, enviando posteriormente, através da assessoria de comunicação, uma nota onde nega todas as denúncias.
Sobre o questionamento do número de cargos comissionados na entidade, não obtivemos resposta. Também não responderam sobre qual o real envolvimento do deputado petista Paulo Guedes na gestão da entidade.
Sobre quantas unidades operacionais encontram-se ativas na área de abrangência do Cisrun, também não foi respondido.
Em consulta ao site do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais não é possível identificar informações acerca das prestações de contas feita pelo Cisrun, o que possivelmente leva a conclusão de que o princípio constitucional da publicidade, a que toda administração pública é obrigada, está sendo flagrantemente desrespeitado.