O Conselho de Consumidores da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) foi palco ontem de uma reunião na qual o Sindicato Rural marcou presença e expressou suas preocupações em relação à qualidade do serviço de energia fornecido pela empresa. O Conselho de Consumidores é uma instância importante de participação e diálogo entre a Cemig e os diversos segmentos de consumidores.
Durante o encontro, o diretor do Sindicato Rural, Bruno Rabelo, apresentou os resultados de uma pesquisa realizada com os associados. Mais de 80% dos produtores que participaram da pesquisa informaram que enfrentam um tempo de espera de 6 a 12 horas para o restabelecimento da energia em caso de interrupções. Além disso, 44% dos produtores avaliaram o serviço da Cemig durante essas interrupções como péssimo, enquanto 43% o classificaram como ruim, e apenas 13% consideraram-no bom.
Os dados revelaram ainda que metade dos produtores consultados afirmaram ter vivenciado mais de 10 interrupções no fornecimento de energia em suas propriedades rurais nos últimos 12 meses. Alarmantemente, 83% dos participantes relataram que os problemas no fornecimento e na manutenção da rede elétrica ocasionaram perdas significativas em suas propriedades. Os principais prejuízos mencionados pelos produtores foram a perda de produtos perecíveis, como leite, derivados, carnes e vacinas, além da queima de motores e equipamentos.
O Gerente de Serviços Comerciais e Emergenciais de Distribuição Norte na Cemig, Gernan Guimarães, compareceu à reunião e explicou os problemas recentes relacionados à mudança na prestação do serviço. Guimarães relatou que a transição contratual e a alta proporção de mão de obra terceirizada foram fatores que afetaram a qualidade do serviço. Inicialmente, o planejamento previa a realização da transição durante o período seco, mas devido ao fracasso de duas licitações, o processo foi migrado para o período chuvoso. No entanto, a Cemig está implementando medidas para melhorar a situação, incluindo a aplicação de Produtividade Mínima Garantida (PMG), que prevê um aumento para 96 equipes de atendimento, visando reduzir o tempo de espera do produtor rural para o restabelecimento da energia.
Aline Veloso, assessora técnica do Sistema FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais) e representante do órgão no conselho, ressaltou a importância do agronegócio na região norte de Minas Gerais e destacou a necessidade de um fornecimento de energia elétrica confiável e ininterrupto para o setor. Ela enfatizou que as interrupções frequentes e prolongadas causam grandes prejuízos na produção e na produtividade das propriedades rurais, afetando diretamente a economia da região.
“Diante das preocupações apresentadas pelo Sindicato Rural, espera-se que a Cemig adote medidas efetivas para solucionar os problemas relacionados ao fornecimento de energia no setor rural. A energia elétrica é considerada indispensável para o agronegócio, sendo crucial para o funcionamento de equipamentos e para a conservação de produtos. A busca por uma infraestrutura elétrica mais confiável e uma resposta ágil diante de interrupções são fundamentais para impulsionar o desenvolvimento do setor agrícola na região”, afirma o presidente da entidade, José Avelino Pereira Neto.
As dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais no fornecimento de energia e também na manutenção das redes pode ser informado ao Sindicato Rural através do telefone (38) 99840-2129.