21 de novembro, 2024

Por qual motivo o deputado estadual Tadeuzinho Leite não citou seu pai, o ex-prefeito Tadeu Leite, durante homenagem na câmara municipal de Montes Claros?

Esta dúvida nasceu na cabeça dos montes-clarenses que acompanharam o discurso do presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Tadeuzinho Leite (MDB), na última segunda-feira (3), quando o jovem foi condecorado com a mais importante Comenda do legislativo municipal, a Medalha Ivan José Lopes, de Honra a Montes Claros.

Tadeuzinho é filho de Luiz Tadeu Leite, vereador, deputado estadual de vários mandatos, deputado federal, secretário de estado e o único a ser prefeito de Montes Claros por três vezes. Casado com a médica Stela Gleide Martins Leite, considerada a eterna primeira-dama de Montes Claros pela sua significante atuação na área social.

No curso de seu terceiro mandato como prefeito de Montes Claros, em 2010, Tadeu Leite (MDB), que já tinha assumido compromisso de apoiar a candidatura a reeleição do deputado estadual Gil Pereira, hoje no PSD, marido de sua então vice-prefeita Cristina Pereira, peças fundamentais para eleição do prefeito em 2008, decidiu atender ao desejo do seu filho, o Tadeuzinho, de vinte e poucos anos, sem nenhuma experiência política ou em qualquer área de trabalho. Ainda um estudante Universitário.

A partir do momento em que Tadeu Leite anunciou a pré candidatura do seu filho Tadeuzinho à Assembleia, iniciou-se uma verdadeira guerra em sua administração, momento em que Cristina Pereira tomou as dores do marido, se sentindo traída, deixou a prefeitura sem olhar para trás. Da mesma forma, inúmeros cargos de confiança indicados por Gil e Cristina começaram a deixar seus cargos. Determinado, Tadeu perdeu o foco de sua administração ao dedicar-se de corpo e alma ao projeto político de seu filho.

Pronto, Tadeuzinho foi eleito deputado estadual pelo MDB, mas o desgaste do seu pai só estaria começando naquele momento. Algum tempo depois, acometido por um quadro grave de diverticulite, Tadeu deixa o país para tratamento de saúde e acompanha com tristeza vários de seus secretários municipais sendo presos em operações da Polícia Federal, brigas inacabaveis de grupos aliados, ferrenha oposição na câmara municipal. A mídia não perdoou, promovendo o maior sensacionalismo em cima dos fatos. Tadeu vivia um verdadeiro inferno astral, mudando-se para Miami e desaparecendo definitivamente da política, além de amargar inúmeros processos judiciais e bloqueios de seus bens.

Mesmo com tantas lutas, a história de Tadeu Leite pode ser confundida com a de Montes Claros nos últimos 50 anos, e vice-versa. Foi um político grandioso do Norte de Minas e jamais poderá ser esquecido, ainda mais pelo próprio filho. Não há estratégia política que justifique tamanha falta de consideração por parte do Tadeuzinho ao esquecer de citar seu pai nos momentos mais importantes de sua vida pública.

Será que Tadeu agora se tornou um tanto faz para quem ele tanto fez? Pois bem, que Tadeuzinho repense sua postura e saiba que só se engrandecerá ao incluir seu pai como personagem principal de sua biografia; que ele encha a boca para falar de seu pai com orgulho e nunca mais dizer que Humberto Souto ou outros políticos foram peças importantes em sua formação política, mas sim, reconhecer que se não fosse filho de Tadeu Leite, talvez hoje não ocuparia nenhuma posição social ou política.

Importante salientar que Tadeu Martins Leite, o Tadeuzinho, filho do Tadeuzão, é um excelente deputado, pacífico e pacificador, diplomata, elegante, inteligente e altamente trabalhador. Mostra através de sua garra e determinação que filho de peixe, peixinho é. O dom político é do pai, a doçura é da mãe. Mas a ingratidão aprendeu na rua.

 

 

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