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Saúde dos Professores: Desafios e perspectivas na educação básica

Equipe de pesquisadores da Unimontes – Foto: Arquivo Pessoal

 

Uma recente pesquisa realizada pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) identificou fatores de riscos e proteção para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) entre professores da educação básica. O estudo, parte do “Projeto ProfSMoc,” envolveu 760 professores da rede estadual de ensino em Montes Claros e foi publicado na Revista Brasileira de Saúde Ocupacional.

Coordenado pela professora Desirée Sant’Ana Haikal, o projeto buscou analisar diversos aspectos da saúde e estilo de vida dos professores. A equipe realizou entrevistas, avaliações físicas e levantou informações sobre perfil sociodemográfico, condições laborais, hábitos de vida, nível de atividade física e uso de serviços de saúde.

Entre os resultados da pesquisa, destaca-se que 89,5% dos professores apresentaram percentual elevado de gordura corporal, enquanto 53,3% tinham excesso de peso ou obesidade. Fatores de risco incluíram alta presença valência de substituição de refeições principais por lanches (91,7%). Além disso, 40,3% dos professores relataram estresse, 24,3% tinham níveis elevados de colesterol (dislipidemia) e 17,6% apresentavam hipertensão arterial.

A pesquisa também revelou que 23,2% dos profissionais avaliados apresentaram sintomas depressivos, mais que o dobro da média nacional. As mulheres mostraram uma pior autopercepção de saúde e maior comprometimento de sintomas relacionados à saúde mental, enquanto os professores mais velhos exibiram menor prevalência de síndrome de burnout e maior adoção de comportamentos saudáveis.

Cerca de 60% dos professores participantes da pesquisa expressaram insatisfação com o trabalho docente, correlacionando-se com comportamentos de risco, como abuso da internet e sintomas de saúde mental.

Os resultados da pesquisa têm implicações significativas, fortalecendo o grupo de pesquisa da Unimontes e motivando outras coletas de dados envolvendo professores em todo o estado de Minas Gerais. A professora Desirée Haikal destaca que esses dados são cruciais para o desenvolvimento de políticas públicas que visem o bem-estar e a saúde dos profissionais da educação, contribuindo para a qualidade de vida desses trabalhadores. O estudo também teve destaque ao ser citado na divulgação da Política de Bem-Estar, Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho e Valorização dos Profissionais da Educação, instituída pela Lei Federal nº 14.681, de 18 de setembro de 2023.

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