Foto divulgação
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Líder indígena Merong Kamakã, que era chefe da comunidade Kamakã dos Pataxó Hã Hã Hãe, foi encontrado morto em Brumadinho. Ele também defendia os territórios dos povos Kaingáng, Xokleng e Guarani. Merong viveu na Bahia na infância, onde nasceu o povo Kamakã Mongoió. Ele acreditava que a terra é vida e espiritualidade, e expressava que a exploração indevida da terra resulta em dor.
Em outubro de 2021, liderou famílias indígenas na retomada de terras no Vale do Córrego Areias, em Brumadinho, guiado pela espiritualidade e pela necessidade de voltar às suas terras ancestrais. Essas lutas são consideradas como “atos sagrados de recuperação de terras, lugares, águas e de vida” pelos povos originários.
Merong também atuou no Rio Grande do Sul, participando da Ocupação Lanceiros Negros e contribuindo com retomadas Xokleng Konglui e Guarani Mbya. Ele foi um importante ativista contra o marco temporal, que limitava a demarcação de terras indígenas. A deputada Célia Xakriabá lamentou a morte de Merong, destacando sua participação em sua campanha.
O corpo de Merong será semeado, seguindo a tradição Pataxó, em Brumadinho, em um ritual indígena de sepultamento que devolve os corpos à terra.