A Polícia Civil de Minas Gerais localizou, nessa terça-feira (27), no bairro Candelária, região de Venda Nova, em Belo Horizonte, o corpo de uma mulher de 42 anos, que estava desaparecida.
O registro foi feito na sexta-feira (23), pelo marido da vítima na Divisão de Referência à Pessoa Desaparecida (DRPD), e de imediato começaram os trabalhos investigativos.
Segundo o delegado Alexandre Oliveira da Fonseca, responsável pela investigação, o crime foi planejado pela madrasta da vítima, de 54 anos, e sua filha, de 25, que se beneficiavam direta e indevidamente de valores financeiros do pai da vítima. “O pai da vítima tem demência, e as suspeitas, infelizmente, se aproveitaram desta condição para realizar um empréstimo de R$ 40 mil, gastos em apenas seis meses, além de fazer com que ele assinasse um termo de doação da residência em que mora para sua atual companheira”, explicou.
As investigações apontam que dias antes da sua morte, a vítima, já ciente da exploração financeira sofrida pelo pai e para resolver a situação, foi até a residência dele, onde ele mora com a mulher e os filhos. “Durante conversa entre eles, houve discussão. Diante da situação, uma das filhas, de 19 anos, atuou como apaziguadora da briga familiar, o que mais tarde, foi um ponto crucial para o desenrolar do crime”, detalhou Fonseca.
Segundo o delegado, a madrasta e seus quatro filhos (dois homens, de 26 e 35 anos, e duas mulheres, de 19 e 25 anos), cientes de que a vítima já tinha conhecimento das ações de abuso financeiro por parte deles em relação ao seu pai, decidiram armar uma emboscada com o intuito de matar a vítima. “Como uma das filhas atuou como apaziguadora da briga anterior, ela foi ‘eleita’ para ganhar a confiança de vítima”, explicou.
Dinâmica do crime
No dia anterior à morte da vítima (22), uma das filhas fez uma ligação para a vítima, informando que seu pai estava doente, mas que não tinha condições de levá-lo ao médico, o que a motivou a ir até a residência. “Esta ação foi, infelizmente, parte de uma emboscada para matar a vítima. Quando ela chega à residência, um dos filhos, de 35 anos, já estava na espreita para operar a execução”, afirmou Fonseca.
Conforme o delegado, ao chegar no local, a vítima foi atraída para os fundos da casa, iniciando uma discussão com o homem, de 35 anos, que matou a vítima com facadas no pescoço. “Após matá-la, o suspeito jogou o corpo da vítima em uma fossa séptica, cimentando a base e, em seguida, fechando o receptáculo”, detalhou.
Resgate do corpo
A busca e resgate do corpo da vítima foram realizados pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG). Com o uso de lanternas, foi visualizado o corpo da vítima no fundo da fossa. Após realização do trabalho pericial pela PCMG no local em torno da fossa, o CBMMG fez a varredura do local com dois cães.
Em seguida, foi iniciada a retirada do corpo. Um militar, equipado com EPI’s foi içado e conduzido com segurança até o fundo da cisterna. Ele acessou o corpo e fez as amarrações necessárias para a retirada da vítima. Após novas análises periciais, o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal Dr. André Roquette (IMLAR).
Prisões em flagrante
As prisões em flagrante dos suspeitos foram realizadas nessa terça-feira (27). A madrasta e seus três filhos foram encaminhados ao sistema prisional e, no inquérito policial, foram incorridos nos crimes de homicídio qualificado consumado, por motivo torpe.
O quarto filho, de 26 anos, foi vinculado ao crime de ocultação e destruição de cadáver.
Ação integrada entre as forças de segurança
A ação policial foi realizada pela equipe do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), chefiado pela delegada-geral Alessandra Wilker; DRPD, chefiada pela delegada Ingrid Estevam, e por peritos do IMLAR.
“A localização e resgate do corpo da vítima e a prisão e indiciamento dos suspeitos, de forma tão rápida, em uma ação conjunta da PCMG e do CBMMG, demonstram a integração e eficiência das forças de segurança do Estado”, finaliza a chefe da DRPD, Ingrid Estevam.
*Com informações de Polícia Civil