Deputado teve embargos negados pela Justiça na última semana e continua enfrentando o escândalo de suposto desvio de função com verba pública, revelando o possível esquema de "nomeação de fachada" na Prefeitura de Manga
O deputado federal Paulo Guedes, atualmente processado no Tribunal de Justiça de Minas Gerais por improbidade administrativa, acaba de sofrer uma nova derrota judicial. Na última quarta-feira (06/11), o parlamentar recorreu de um acórdão que o condenava, mas teve seu pedido de revisão – os chamados embargos de declaração – rejeitado pela Justiça.
O deputado estadual Paulo Guedes enfrenta uma nova e grave acusação de desvio de função e uso de recursos públicos, ocorrida entre 2014 e 2015. As investigações apontam que Guedes teria se beneficiado de um esquema de “nomeação de fachada” envolvendo a Prefeitura de Manga, sua cidade natal. Um jornalista, apontado como peça-chave no caso, prestava serviços como assessor de comunicação da Prefeitura de Manga, tendo recebido montante equivalente a R$ 16.841,95. Contudo, apurações revelaram que, na prática, o jornalista prestava serviços diretamente à campanha e aos interesses políticos de Paulo Guedes, desviando seu foco das atividades municipais.
Documentos e testemunhos indicam que o assessor participava de reuniões e de ações ligadas exclusivamente ao mandato e à campanha de Guedes, enquanto era remunerado pela Prefeitura. Dessa forma, segundo as investigações, recursos públicos teriam sido redirecionados para finalidades políticas e pessoais, revelando uma suposta irregularidade no uso do dinheiro público.
Essa não é a primeira vez que o deputado enfrenta acusações envolvendo desvio de função e recursos públicos. Em 2001, ele foi condenado por improbidade administrativa quando ocupava a presidência da Associação dos Vereadores da Área Mineira da SUDENE (AVANS). Na ocasião, recursos da AVANS foram usados para beneficiar o jornal Sol da Manhã, de sua propriedade, desviando o trabalho de outro jornalista, hoje seu assessor de gabinete, para atuar na publicação particular de Guedes. Naquele processo, o deputado foi condenado a pagar uma indenização equivalente a um aluguel mensal na área da sede da AVANS, além de ser proibido de realizar contratos com o Poder Público e de receber incentivos fiscais. Seus direitos políticos chegaram a ser suspensos, mas posteriormente foram restaurados.
Os novos fatos trazem à tona um histórico de denúncias que pesam sobre Paulo Guedes, levantando dúvidas sobre sua conduta e compromisso com a gestão dos recursos públicos. A Justiça volta a se posicionar firmemente contra práticas que desviam verbas municipais e estaduais, reiterando a importância da integridade na administração pública.