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Destino Cordilheira do Espinhaço impulsiona turismo no Norte de Minas e gera impacto cultural e econômico

Com quase dois bilhões de anos de história, o Espinhaço atrai investimentos, melhorias na infraestrutura e resgata tradições locais - Foto: Geisy Faria

A Cordilheira do Espinhaço, a única do tipo no Brasil, tornou-se um destino estratégico para o turismo no Norte de Minas. Com formação datada de 1,5 bilhão de anos, a cadeia montanhosa abrange paisagens e culturas diversas que só recentemente passaram a ser compreendidas e tratadas de forma integrada. Em maio de 2021, cinco municípios – Grão Mogol, Botumirim, Cristália, Itacambira e Turmalina – uniram forças com as Instâncias de Governança Regional (IGRs) Lago de Irapé e Sertão Gerais para criar o Programa de Desenvolvimento Turístico Integrado Sustentável da Cordilheira do Espinhaço, com o objetivo de fortalecer a infraestrutura e a qualificação turística na região, reconhecida pela Unesco como Reserva da Biosfera.

Com apoio do Governo de Minas Gerais, via Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) e Instituto Estadual de Florestas (IEF), o projeto, lançado em março de 2023, é hoje uma das mais ambiciosas iniciativas de turismo sustentável no país. Ao longo de 1,2 mil quilômetros, as ações de estruturação e capacitação englobam 172 municípios, 21 IGRs e mais de cem unidades de conservação estaduais e nacionais, gerando resultados tangíveis para a população local.

Uma riqueza natural e cultural única

A Cordilheira do Espinhaço é um divisor natural entre os biomas da Mata Atlântica e do Cerrado e abriga aproximadamente 15% da biodiversidade nacional. Uma expressiva parcela – 23% – das espécies da fauna e flora encontradas na região são endêmicas, ou seja, exclusivas do Espinhaço. Botumirim, por exemplo, é o habitat da rara rolinha-do-planalto, uma das dez aves mais ameaçadas do mundo, que torna a cidade um destino importante para observadores de aves.

Além da riqueza natural, o Espinhaço é um polo de patrimônio cultural. Ali se destaca o artesanato em barro do Vale do Jequitinhonha, famoso em todo o Brasil, e o Sistema Agrícola Tradicional de Apanhadores e Apanhadoras de Flores Sempre-Vivas, ambos registrados como patrimônio imaterial pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG).

Crescimento da capacitação turística

O interesse pelo turismo sustentável e o aumento do fluxo de visitantes despertaram a população local para a importância da qualificação na área, como relata Poliana das Dores Soares Caldeira, gestora da IGR Lago de Irapé e presidente da Associação da Cordilheira do Espinhaço. “A partir do momento que a comunidade viu que o turismo está sendo desenvolvido, as pessoas estão se interessando pelos cursos”, comenta Poliana, que representa 18 municípios, 15 dos quais no território do Espinhaço.

A Secult-MG, em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), promove cursos como “Qualidade no atendimento ao cliente”, “Boas práticas para serviços de alimentação” e “Aperfeiçoamento em serviços de cozinha”, fortalecendo a capacidade dos profissionais locais. Para 2025, novos cursos estão previstos para as cidades de Salinas, Diamantina, Turmalina, Paracatu, Itambacuri, Janaúba, Montes Claros e Teófilo Otoni.

Com investimentos robustos e uma integração sem precedentes entre natureza e cultura, o destino Cordilheira do Espinhaço se consolida como referência em turismo sustentável, valorizando o patrimônio natural e cultural do Norte de Minas.

*Com informações de Agência Minas | Geisy Faria

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