Nesta segunda-feira, 18 de novembro de 2024, foi publicada no Diário Oficial da União a decisão que determinou a demissão do ex-vereador Cláudio Prates do quadro de servidores da Polícia Federal. A penalidade ocorre após a conclusão de um processo administrativo que comprovou a prática de fraude durante a operação “Senhor das Armas” em 2010, que resultou na prisão do tenente aposentado Wendel Nassau Nether sob acusações de pedofilia e posse ilegal de armas.
De acordo com a investigação, Cláudio Prates, que à época era escrivão da Polícia Federal, inseriu deliberadamente um pen drive contendo imagens de pornografia infantil no local da busca e apreensão para incriminar o tenente. A perícia realizada pela própria Polícia Federal foi crucial para desvendar a farsa: os laudos indicaram que os arquivos no pen drive não foram manipulados no computador do acusado e que este sequer tinha suporte para o uso de pen drives. Além disso, o laudo registrou o nome “Prates” como autor dos arquivos, cuja última alteração foi feita poucas horas antes da operação.
Cláudio Prates, que também esteve como presidente da Câmara de Vereadores de Montes Claros, foi denunciado pelo Ministério Público Federal por fraude processual e armazenamento de conteúdo pornográfico envolvendo crianças e adolescentes. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região aceitou a denúncia e determinou o trâmite do caso em segredo de justiça para proteger as vítimas mencionadas nos autos.
O advogado Frederico do Espírito Santo, que representa o tenente Wendel Nassau Nether, quando comprovada a fraude, reiterou que a decisão confirma o que a defesa sustentava desde o início. “Sempre afirmamos que meu cliente foi vítima de uma armação. Agora, a Justiça reconhece que ele sofreu uma grave injustiça. Estamos trabalhando para reparar os danos causados por essa perseguição”, declarou.
Com a publicação da demissão, Cláudio Prates enfrenta o pior momento de sua trajetória profissional. A decisão repercute amplamente na região do Norte de Minas, onde o ex-vereador era figura pública de destaque, mas agora é alvo de questionamentos sobre sua conduta ética e profissional.
Prates ainda responde a processo civil e criminal pela suposta fraude, tendo sido finalizado apenas o procedimento administrativo da Polícia Federal.