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Estudo revela alta letalidade de cânceres relacionados ao tabaco no Brasil

Dados são do estudo Impactos do tabagismo além do câncer de pulmão - Foto: Reprodução / Internet

No Dia Nacional de Combate ao Câncer, um estudo divulgado pela Fundação do Câncer reforçou o impacto devastador do tabagismo na saúde dos brasileiros. Intitulado Impactos do tabagismo além do câncer de pulmão, o levantamento revela que mais da metade dos pacientes diagnosticados com cânceres associados ao tabaco não sobrevive à doença. Em alguns casos, como o câncer de esôfago, a letalidade ultrapassa 80%.

A pesquisa analisou a incidência, mortalidade e letalidade de sete tipos de câncer relacionados ao uso de produtos derivados do tabaco, incluindo cânceres de cavidade oral, estômago, cólon e reto, laringe, colo do útero e bexiga. O cigarro segue sendo um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento desses cânceres, assim como para mortes evitáveis no Brasil.

Cânceres tabaco-relacionados: números alarmantes

Segundo o coordenador do estudo, Alfredo Scaff, o objetivo é conscientizar a população sobre a abrangência dos danos causados pelo tabagismo. “Embora o câncer de pulmão seja o mais associado ao cigarro, ele não é o único. Identificamos sete tipos de câncer com forte correlação com o tabaco, todos com alta mortalidade e letalidade”, afirmou Scaff em entrevista à Agência Brasil.

Entre os principais dados do estudo:

No total, os cânceres tabaco-relacionados representaram 26,5% das mortes por câncer em 2022 e 17,2% dos novos diagnósticos estimados para 2024, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

O papel do tabaco no desenvolvimento de cânceres

O tabagismo afeta células epiteliais que recobrem superfícies internas do corpo, tornando-as mais vulneráveis aos efeitos tóxicos da nicotina e outras substâncias químicas. “O cigarro é um potente causador de danos celulares, que podem evoluir para o câncer em órgãos como boca, esôfago e até colo do útero, onde reduz a imunidade local”, explicou Scaff.

O estudo também destaca a dificuldade no diagnóstico precoce e no tratamento dos cânceres analisados, o que contribui para a alta letalidade.

Alerta e prevenção

Os dados reforçam a necessidade de intensificar campanhas de prevenção e combate ao tabagismo, incluindo ações de educação, regulamentação do mercado de cigarros e incentivo a programas de cessação. Além disso, medidas como vacinação contra o HPV e exames preventivos para câncer de colo do útero são cruciais para reduzir as taxas de mortalidade.

“É importante lembrar que o tabagismo não é a única causa desses cânceres, mas é um fator de risco muito significativo, que podemos evitar. Cada passo para reduzir o consumo de tabaco é um avanço na luta contra o câncer”, concluiu Scaff.

A pesquisa é mais um alerta sobre os impactos do cigarro na saúde pública e um convite à reflexão sobre o papel da sociedade em mitigar essa tragédia evitável.

*Com informações de Agência Brasil

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