Na manhã desta sexta-feira (6), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou a operação Padrão, nos municípios de Espinosa e Mamonas, no Norte do estado, para investigar um esquema de redes clandestinas de energia elétrica. Durante a ação, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão e realizadas quebras de sigilos fiscais e bancários de cinco investigados.
As investigações apontam para a existência de um esquema criminoso envolvendo uma empresa supostamente vinculada a um vereador de Espinosa. A empresa seria responsável pela instalação de redes irregulares e pela distribuição de energia elétrica sem autorização da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).
Indícios de fraudes e desvios de recursos públicos
Segundo a PCMG, o grupo investigado teria desviado recursos provenientes de contratos públicos, além de cobrar moradores por instalações clandestinas. Há também suspeitas de venda fraudulenta de medidores e a promessa de fornecimento de energia gratuita.
Material apreendido
Na operação, foram apreendidos documentos que indicam a relação entre a empresa contratada pela Prefeitura de Espinosa e o vereador investigado, além de equipamentos elétricos, celulares, computadores, tablets, talões de cheques e ordens de serviço do município. Todo o material será analisado para subsidiar a próxima fase das investigações.
Impactos sociais e riscos à segurança
De acordo com o delegado responsável pela operação, Eujécio Coutrim, as instalações clandestinas eram feitas sem cumprir as normas técnicas, com materiais de procedência duvidosa ou até mesmo subtraídos. “Entre as vítimas, estão proprietários de imóveis e pessoas que tiveram documentos utilizados sem consentimento”, informou o delegado.
A prática criminosa, além de causar prejuízos econômicos e sociais, representa um risco à segurança, podendo resultar em acidentes elétricos devido à baixa qualidade das redes instaladas.
Eujécio destacou ainda que os consumidores de energia clandestina, além de sofrerem com interrupções constantes, também estão sujeitos a responder criminalmente. “Eles são ludibriados pelos envolvidos e prejudicados pela instabilidade do serviço”, alertou.
Medidas de correção
A Cemig já anunciou que irá desativar quatro redes clandestinas montadas pelo grupo investigado, sendo duas em Espinosa e duas em Mamonas. A expectativa é que as apurações avancem para identificar e responsabilizar todos os envolvidos no esquema.
A operação segue em andamento, e a PCMG reforça o compromisso de coibir práticas fraudulentas que prejudicam a população e o fornecimento regular de energia elétrica.