
Durante a ação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos gabinetes de seis vereadores, incluindo o presidente da Casa Legislativa - Foto: Polícia Civil / Divulgação
Na manhã dessa sexta-feira (20), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) desencadeou a operação Transparência, que investiga possíveis irregularidades na gestão de recursos públicos administrados pela Câmara Municipal de Taiobeiras, localizada na região Norte do estado. Durante a ação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos gabinetes de seis vereadores, incluindo o presidente da Casa Legislativa.
Entre os materiais apreendidos estão documentos contábeis, registros de frequência, dispositivos eletrônicos e comunicações digitais. A investigação visa esclarecer um suposto esquema que teria desviado recursos por meio da liberação de diárias para participação em cursos de capacitação.

O esquema
De acordo com o delegado Thiago Cavalcante, que lidera as investigações, o esquema envolvia a solicitação e a liberação antecipada de valores elevados para diárias de cursos realizados em locais distantes, como Brasília, situada a cerca de 900 quilômetros de Taiobeiras. Entretanto, há indícios de que muitos desses cursos não foram frequentados pelos beneficiários ou sequer ocorreram.

“Em algumas datas analisadas, constatamos que os parlamentares estavam presentes em outros locais, distintos do ambiente dos cursos”, afirmou o delegado. Segundo ele, entre 2021 e 2024, os pagamentos de diárias aos parlamentares investigados ultrapassaram R$ 1 milhão. As despesas mais significativas foram relacionadas a cursos em Brasília, mesmo com a disponibilidade de opções similares em cidades mais próximas, como Belo Horizonte.
Ação conjunta
A operação foi conduzida pela 4ª Delegacia Regional em Taiobeiras, sob a coordenação da delegada Liliam de Cales. A ação também contou com a presença do promotor de Justiça Auristhony Lucas Oliveira Simões e do assessor jurídico da Câmara Municipal, Andreu Silva Lez.
O delegado Cavalcante destacou a importância da colaboração entre as instituições na elucidação do caso. “Seguiremos analisando o material arrecadado para identificar todos os envolvidos e dimensionar o prejuízo causado ao erário”, concluiu.

A PCMG informou que novas fases da investigação não estão descartadas, bem como a possível inclusão de outros suspeitos no inquérito policial.