10 de abril, 2025

Durante a ação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos gabinetes de seis vereadores, incluindo o presidente da Casa Legislativa - Foto: Polícia Civil / Divulgação

Na manhã dessa sexta-feira (20), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) desencadeou a operação Transparência, que investiga possíveis irregularidades na gestão de recursos públicos administrados pela Câmara Municipal de Taiobeiras, localizada na região Norte do estado. Durante a ação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos gabinetes de seis vereadores, incluindo o presidente da Casa Legislativa.

Entre os materiais apreendidos estão documentos contábeis, registros de frequência, dispositivos eletrônicos e comunicações digitais. A investigação visa esclarecer um suposto esquema que teria desviado recursos por meio da liberação de diárias para participação em cursos de capacitação.

Plenário da Câmara Municipal de Taiobeiras – Foto: Polícia Civil / Divulgação

O esquema

De acordo com o delegado Thiago Cavalcante, que lidera as investigações, o esquema envolvia a solicitação e a liberação antecipada de valores elevados para diárias de cursos realizados em locais distantes, como Brasília, situada a cerca de 900 quilômetros de Taiobeiras. Entretanto, há indícios de que muitos desses cursos não foram frequentados pelos beneficiários ou sequer ocorreram.

Policiais Civis em ação na Câmara de Taiobeiras – Foto: Polícia Civil / Divulgação

“Em algumas datas analisadas, constatamos que os parlamentares estavam presentes em outros locais, distintos do ambiente dos cursos”, afirmou o delegado. Segundo ele, entre 2021 e 2024, os pagamentos de diárias aos parlamentares investigados ultrapassaram R$ 1 milhão. As despesas mais significativas foram relacionadas a cursos em Brasília, mesmo com a disponibilidade de opções similares em cidades mais próximas, como Belo Horizonte.

Ação conjunta

A operação foi conduzida pela 4ª Delegacia Regional em Taiobeiras, sob a coordenação da delegada Liliam de Cales. A ação também contou com a presença do promotor de Justiça Auristhony Lucas Oliveira Simões e do assessor jurídico da Câmara Municipal, Andreu Silva Lez.

O delegado Cavalcante destacou a importância da colaboração entre as instituições na elucidação do caso. “Seguiremos analisando o material arrecadado para identificar todos os envolvidos e dimensionar o prejuízo causado ao erário”, concluiu.

Equipe da Polícia Civil em Taiobeiras – Foto: Polícia Civil / Divulgação

A PCMG informou que novas fases da investigação não estão descartadas, bem como a possível inclusão de outros suspeitos no inquérito policial.

 

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