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Mercado financeiro aumenta projeção de inflação e crescimento econômico para 2025

Segundo Boletim Focus, PIB deve fechar em 2,04% - Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

O mercado financeiro revisou suas previsões para a inflação e o crescimento da economia neste ano. De acordo com o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (20) pelo Banco Central, a projeção da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi elevada de 5% para 5,08%. Já o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 2,04% em 2025, um aumento em relação aos 2,02% registrados na semana passada.

A pesquisa Focus, que é realizada semanalmente pelo Banco Central com economistas do mercado financeiro, também aponta para um crescimento mais modesto nos próximos anos. Para 2026, a previsão é de expansão do PIB de 1,77%, enquanto em 2027 e 2028, a economia deve crescer 2% em ambos os anos.

Em relação à inflação, o boletim também trouxe revisões. Para 2026, o IPCA deve ficar em 4,10%, um pequeno aumento frente à projeção de 4,05% da semana passada. As previsões para 2027 e 2028 apontam uma desaceleração da inflação, com índices de 3,9% e 3,58%, respectivamente.

No ano passado, a inflação fechou em 4,83%, superando o teto da meta de 4,5%, o que gerou preocupações sobre o controle dos preços e o impacto no poder de compra das famílias.

Taxa de juros: expectativa de alta moderada

O Boletim Focus manteve a projeção da taxa básica de juros, a Selic, em 15% para 2025, o que representa uma estabilidade em relação à previsão da semana passada. No entanto, a taxa vinha de uma elevação anterior, que passou de 14,75% para 15% há quatro semanas. Para 2026, o mercado financeiro estima uma redução na Selic para 12,25%, com uma leve alta em relação aos 12% de antes. Para os anos seguintes, 2027 e 2028, as projeções indicam taxas de 10,25% e 10%, respectivamente.

A Selic é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação. No final do ano passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a Selic em 1 ponto percentual, argumentando que o cenário inflacionário havia se tornado mais desafiador devido à reação do mercado financeiro ao pacote fiscal do governo federal.

Além disso, o Copom alertou que o desafio de alcançar a meta de inflação de 3% para 2025, com uma margem de tolerância de até 4,5%, pode resultar em novos aumentos de 1 ponto percentual na Selic nas próximas reuniões, previstas para janeiro e março.

Câmbio: Dólar estável, mas projeções a longo prazo são variadas

No que diz respeito ao câmbio, a previsão do mercado financeiro para o dólar é de que ele se mantenha em R$ 6,00 até o final de 2025, com uma estabilidade similar projetada para o fim de 2026. No entanto, para 2027, a previsão é de um pequeno recuo da moeda norte-americana, que deve chegar a R$ 5,92. Para 2028, a expectativa é de que o dólar retorne a R$ 5,99.

A trajetória do câmbio nos próximos anos também está vinculada a uma série de fatores internos e externos, como as políticas econômicas do governo, o desempenho da economia global e os fluxos de investimentos estrangeiros.

Desafios e perspectivas

A combinação de inflação acima da meta, ajustes na taxa de juros e previsões de crescimento econômico moderado, com um câmbio volátil, sinaliza que o Brasil enfrentará um 2025 de desafios econômicos. As expectativas, no entanto, mostram que o mercado continua a confiar na capacidade do governo e do Banco Central em implementar políticas para conter a inflação e impulsionar o crescimento sustentável nos próximos anos.

*Com informações de Agência Brasil

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