A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu o inquérito policial que investigou o feminicídio de uma jovem de 20 anos, ocorrido no último dia 17, em um supermercado localizado em Montes Claros, na região Norte do estado. O principal suspeito, um homem de 22 anos, foi autuado em flagrante na ocasião e permanece preso, sendo agora formalmente indiciado pelo crime.
De acordo com a delegada Francielle Drumond, responsável pela investigação, o crime foi motivado por um contexto de ciúmes e agressões passadas. O suspeito e a vítima, que eram ex-namorados, terminaram o relacionamento em novembro de 2024, após episódios de violência e ciúmes excessivos por parte do homem. “O término foi marcado por agressões físicas e ameaças constantes, que culminaram na morte da jovem”, explicou a delegada.
Francielle Drumond também revelou que, desde o fim do relacionamento, o suspeito vinha ameaçando a vítima e sua família por meio de mensagens de celular. A jovem, temendo pela sua vida, chegou a passar a senha de seu celular a uma amiga, caso fosse necessário acessar as conversas que comprovavam as ameaças feitas pelo investigado.
Dinâmica do crime
As investigações apontam que o crime foi premeditado. Na noite do assassinato, o suspeito se dirigiu ao supermercado onde a vítima trabalhava, armado com uma pistola de airsoft e uma faca. A pistola tinha como objetivo intimidar qualquer pessoa que tentasse impedir o ataque, enquanto a faca foi usada para matar a jovem.
Conforme detalhado pela delegada, a vítima, ao perceber a arma visível nas mãos do suspeito, tentou fugir imediatamente, mas acabou sendo alcançada após correr por cerca de dois minutos. “Ela caiu, e o suspeito iniciou uma sequência de 15 facadas contra ela”, relatou a delegada. Algumas pessoas tentaram intervir, mas o homem apontou a pistola para intimidação, o que impediu qualquer reação. A ação durou cerca de dez minutos, e o suspeito fugiu logo após cometer o crime.
O socorro chegou rapidamente ao local, mas a jovem não resistiu aos ferimentos e morreu no supermercado.
Prisão e indiciamento
Após o crime, o suspeito foi localizado pela Polícia Militar e sua prisão em flagrante foi ratificada pela Polícia Civil. Ele permanece preso, à disposição da Justiça, enquanto a pistola de airsoft e a faca foram apreendidas.
O inquérito foi concluído com o indiciamento do homem pelo feminicídio qualificado, devido ao uso de meio cruel e à utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima. O caso agora segue para análise judicial.
A investigação reforça a importância do combate à violência contra as mulheres e evidencia os impactos de comportamentos possessivos e controladores em relacionamentos abusivos.