22 de fevereiro, 2025

O plano prevê a implantação de quatro praças de pedágio, com tarifas variando entre R$ 12 e R$ 15 - Foto: Amams / Divulgação

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) apresentou, na tarde desta segunda-feira (03/02), em audiência pública realizada no auditório da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (AMAMS), o projeto de concessão da BR-251. O plano prevê a implantação de quatro praças de pedágio, com tarifas variando entre R$ 12 e R$ 15. Para os usuários frequentes da rodovia, o valor pode ser reduzido em até 50%.

Durante o evento, lideranças regionais reforçaram a necessidade de duplicar toda a rodovia, priorizando as serras de Francisco Sá e Salinas. A ANTT explicou que, nesta primeira etapa, a duplicação contemplará o trecho entre Montes Claros e o entroncamento da MGT-122, que dá acesso a Janaúba. Serão investidos R$ 7,2 bilhões no projeto, incluindo a construção de 37 passarelas nos trechos urbanos cortados pela rodovia. A agência alertou que a tarifa do pedágio poderá ser impactada pelo custo das obras.

A Polícia Rodoviária Federal enfatizou que a BR-251 é a rodovia com maior índice de acidentes em Minas Gerais. O presidente da AMAMS, Ronaldo Dias, destacou a importância da duplicação integral da rodovia, pois considera insuficiente a ampliação de apenas 24 quilômetros. Ele também defendeu a isenção da tarifa de pedágio para veículos oficiais dos municípios que transportam pacientes para atendimento médico em Montes Claros, Francisco Sá e Salinas.

O secretário-executivo da AMAMS, José Nilson Bispo de Sá, conhecido como “Nilsinho”, pediu que a duplicação priorize as serras, locais de maior incidência de acidentes. Ele também sugeriu a redistribuição dos pedágios para que fiquem a cada 50 quilômetros, reduzindo o valor cobrado. Segundo ele, tarifas elevadas prejudicam o transporte de cargas e impactam diretamente os caminhoneiros.

A ANTT anunciou a construção de 138 quilômetros de terceiras faixas e divulgou a realização de mais duas audiências públicas sobre o tema: uma em Teófilo Otoni, no dia 5 de fevereiro, e outra em Brasília, no dia 10 de fevereiro.

O prefeito de Grão Mogol e vice-presidente da AMAMS, Diego Fagundes, reforçou a necessidade de melhorias na rodovia, destacando que seu município está em uma área de alto risco. Ele recordou que, em 2022, a BR-251 foi a estrada com maior número de mortes em Minas Gerais, realidade que se manteve nos anos seguintes.

Sugestões apresentadas por entidades de classe

  1. Implementação de CFTV nos trechos do Vale das Cancelas, Bocaina e Barrocão para combater roubos de carga.
  2. Escolha do licitante vencedor com base na menor tarifa.
  3. Utilização do valor de outorga fixa para a execução inicial da duplicação.
  4. Inclusão na concessão, até o quinto ano, da duplicação dos trechos Montes Claros – Entroncamento com a MG-122 (Janaúba), Serra de Francisco Sá, Serra de São Calixto e Serra de Salinas.
  5. Criação de um conselho civil para fiscalização da concessão e do trabalho do verificador independente.
  6. Implementação de serviços obrigatórios de atendimento ao usuário e bases operacionais nas serras de Francisco Sá, Vento Lateral e Salinas.
  7. Construção de três áreas de escape na Serra de Francisco Sá, quatro na Serra de Salinas e uma no Vento Lateral.
  8. Prazo de 12 meses após a concessão para apresentar estudo sobre a implantação de Postos de Pesagem Veicular Fixo (PPVf), com no mínimo dois postos: um antes do Trevo de Janaúba e outro antes do Trevo de Salinas.
  9. Atualização dos estudos técnicos e econômicos, considerando o aumento do tráfego na região desde a concessão da BR-135.

A discussão sobre a concessão da BR-251 continua em debate, e as próximas audiências públicas serão fundamentais para definir os detalhes do projeto antes da licitação definitiva.

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