15 de maio, 2025

Antério Mânica, um dos mandantes da chacina de Unaí — Foto: Reprodução / TV Globo

Faleceu aos 77 anos, nesta semana, Antério Mânica, um dos condenados por ser mandante da Chacina de Unaí, crime que chocou o país em 2004. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, e teve a morte confirmada por seu advogado.

Nos últimos dias, Antério sofreu uma queda dentro do quarto hospitalar, o que resultou em um traumatismo craniano. Ele passou por uma cirurgia de urgência no dia 9 de maio, mas desde então estava em coma induzido, com o estado de saúde considerado crítico.

Além das complicações recentes, Mânica enfrentava um câncer no pâncreas, além de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Desde novembro de 2024, ele cumpria prisão domiciliar, após decisão judicial que levou em conta a gravidade de seu quadro clínico. Em setembro de 2023, havia se entregado à Polícia Federal, atendendo a uma ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou a prisão imediata dos envolvidos no caso.

A condenação de Antério foi confirmada em maio de 2022, com pena de 64 anos de prisão. Inicialmente, no julgamento de 2015, a sentença era ainda mais severa: 100 anos. Seu irmão, Norberto Mânica, também condenado a 64 anos, foi preso em Nova Petrópolis (RS), após período foragido.

A Chacina de Unaí ocorreu em 28 de janeiro de 2004, quando três auditores fiscais do trabalho — Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva — e o motorista Ailton Pereira de Oliveira foram assassinados em uma emboscada no município de Unaí, no Noroeste de Minas Gerais.

As vítimas investigavam denúncias de trabalho escravo em fazendas da região, incluindo propriedades da família Mânica. Os autores do crime foram condenados por quádruplo homicídio triplamente qualificado, com agravantes como motivo torpe, pagamento por execução e impossibilidade de defesa das vítimas.

Até o momento, não há informações divulgadas sobre o sepultamento de Antério Mânica.

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