
O Ministério Público de Contas de Minas Gerais (MPC-MG) instaurou um novo inquérito civil para investigar possíveis irregularidades administrativas e financeiras no Consórcio Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência do Norte de Minas (CISRUN), responsável pela operação do Samu Macro norte. A investigação foi oficialmente aberta nessa quarta-feira (11), após o recebimento de denúncias com indícios graves de má gestão.
Entre os pontos levantados estão a existência de supostos “funcionários fantasmas”, pagamentos de diárias em duplicidade, contratos com indícios de favorecimento e nomeações com gratificações fora das normas legais. A documentação que embasou o inquérito foi obtida com exclusividade pela reportagem.
A nova apuração surge pouco tempo depois de o próprio MPC-MG arquivar um procedimento anterior, que havia sido aberto para investigar a falta de transparência na gestão do CISRUN. À época, o órgão apontou que o Portal da Transparência do consórcio estava inoperante e sem qualquer informação pública disponível, o que configura descumprimento da Lei de Acesso à Informação.
Embora o caso da transparência tenha sido encerrado formalmente, novas denúncias apresentadas ao Ministério Público de Contas deram origem ao atual inquérito, que tem foco especialmente em práticas irregulares na folha de pagamento, contratações e decisões administrativas.
O CISRUN é responsável pela gestão do Samu em mais de 80 municípios da macrorregião Norte de Minas e movimenta milhões de reais em recursos públicos destinados ao atendimento de urgência e emergência. O MPC-MG ainda não divulgou prazos para a conclusão da apuração, mas confirmou que a investigação está em curso e que os documentos recebidos levantam indícios suficientes para aprofundamento.
Até o momento, o consórcio não se manifestou publicamente sobre o inquérito. A reportagem segue acompanhando o caso e aguarda posicionamento oficial do CISRUN.