A 47ª Edição da Exposição Agropecuária de Montes Claros, realizada em oito dias, garantiu acessos tanto no Brasil, como em países da América, Oceania e da Europa, apontou relatório final do primeiro evento totalmente virtual promovido pela Sociedade Rural de Montes Claros.
Foram 633,33 mil pessoas alcançadas, contabilizando as visitas virtuais aos estandes, palestras e site institucional. Além disso, houve 1.900.000 (um milhão e novecentas mil) impressões, ou seja, pessoas que visualizaram o canal, somando toda vez que o usuário voltou.
Essa construção de um novo formato com solidez e sincronia só foi possível graças à união de várias mãos. Em média, aproximadamente 70 pessoas trabalharam desde a criação, acompanhamento, e também na execução do evento. Isso incluindo colaboradores da Sociedade Rural, agência de designer, agência da programação, agência estratégica de distribuição de conteúdo e também da gravação.
A médica veterinária, Silene Barreto, diretora de Difusão de Tecnologia da Sociedade Rural, observa que houve engajamento desde a diretoria, passando pelo conteúdo jornalístico, digital e visual, até a articulação com patrocinadores. Em todos os setores, a entrega foi mútua, em prol de um objetivo em comum: colocar a Expomontes online no ar, e com qualidade do começo ao fim.
“É interessante porque temos um novo olhar, não é fácil migrar de um evento que é muito tradicional, que há gerações acontece presencial, para o on-line. Isso, de um ano para o outro. Mas os desafios nos tiram da zona de conforto, nos faz ir além. Pensamos em trazer o parque para o on-line. Quando você entra no nosso link (site) você está entrando nos portões do parque, mesmo que virtual. Lá dentro oferecemos tudo que estaria no presencial. Tínhamos um time com experiência no presencial e trouxemos novos olhares, pessoas experientes no digital. A mescla dessas experiências é que nos levou ao sucesso do evento”, afirmou a diretora.
Mas, para quem acompanhou a programação, não imagina o tanto que as equipes trabalharam nos bastidores. Primeiro que, para que esse número de usuários fosse satisfatório, foram criadas estratégias como estudo dos públicos-alvos, até a maneira como os conteúdos eram disponibilizados nos canais de divulgação e transmissão. A explicação é feita pelo Euzébio Nobre, responsável pela área tecnológica da Expomontes. Para ele, a sincronia entre os variados setores foi fundamental para que esta edição desse certo.
“Foi muito bem estruturado, bem executado por todas as partes, por todos os fornecedores, desde a agência de designer e de programação. Tudo ocorreu como esperado. Em relação às tecnologias, nós as utilizamos das melhores formas possíveis. Foi uma questão muito bem trabalhada em relação ao planejamento e em relação à sincronia. Nós tivemos muitas empresas trabalhando nos bastidores e uma é 100% dependente da outra. Então, organizamos uma gestão por entrega, com prazo. Utilizamos ferramentas de gestão, definindo os papéis e responsabilidades de cada empresa e o que dependia de cada um”, explicou.
Além das fronteiras
Outro panorama apresentado por Euzébio é em relação ao perfil do público que acompanhou as transmissões e visitou as plataformas digitais da Expomontes. Além de Montes Claros, os acessos foram mais expressivos nas cidades de São Francisco; Bocaiuva; Salinas; Pirapora; Jaíba; Januária; Janaúba; Mirabela; São Joao da Ponte; Manga; Taiobeiras e Coração de Jesus. Mas, também tiveram acessos fora do Brasil. Para alcançar os variados públicos, tanto em relação à faixa etária, como em relação à localização geográfica, a tecnologia aplicada de maneira assertiva foi primordial.
Essa expansão de horizontes também foi comemorada por Silene. Para a diretora da Sociedade Rural, a Expomontes soube mostrar como a tradição aliada à modernidade pode render bons frutos.
“Importante uma entidade como a Sociedade Rural que perto de fazer 80 anos acompanha as inovações que acontecem no mundo. O on-line nos possibilitou intercâmbio com pessoas de vários continentes, tivemos pessoas acessando da Austrália, Alemanha, Estados Unidos, inúmeros países. Permitiu ainda mostrar o Norte de Minas, as nossas tradições, o nosso potencial produtivo, o Agro Norte Mineiro para pessoas de várias partes do Brasil. Acredito na internet como meio de aproximar as pessoas, levar conhecimento, oportunidade de negócios a lugares que não conseguiríamos chegar se o evento fosse presencial”, disse.
Multiplataformas
Um bom termômetro para verificar a popularidade da edição desse ano, por exemplo, é a plataforma YouTube. Foram registradas 45.900 mil visualizações entre mesas redondas, palestras, leilões e estudo de casos. Além disso, foram 200.000 mil impressões (quantas vezes visualizaram o canal, somando toda vez que um usuário volta). Outro fator importante foi o Parque virtual, que recebeu 2.700 mil usuários, em 12 estados diferentes.
Esses resultados têm uma explicação: muita estratégia.
“Quando a gente fala em relação a todo o planejamento, em relação aos termos tecnológicos, nós sempre pensamos na experiência do usuário. Quando a gente falava assim: ‘vamos utilizar tal estratégia que ela é mais robusta. Mas será se o usuário, o agricultor, vai ter facilidade? Será se isso vai impactar em ele conseguir entender, vai conseguir utilizar essa ferramenta?’. Então, sempre pensamos no usuário final. Um exemplo prático é a distribuição de botões dentro do streat views (o parque virtual), com uma fonte um pouco maior, para que as pessoas conseguissem utilizar a plataforma com eficiência. Quando a gente fala da utilização dos espaços, por exemplo, nos buscamos um espaço que a gente não tivesse sobrecarga de número de usuários simultâneos. Então, tudo isso foi pensado de forma estratégica. O que fizemos: começamos a trabalhar cada público separado, distribuindo e levando a eles as informações de interesse específico de cada”, ressaltou Euzebio.
“Nós conseguimos atingir todos os públicos, a comunicação foi muito bem trabalhada. Não teve ninguém reclamando que não estava conseguindo acessar. Desde a pessoa mais velha, até a mais nova conseguiu utilizar. Foi muito surpreendente o podcast, com público também mais velho consumindo o conteúdo. Isso mostra o quanto a tecnologia está chegando para o agro. E que as pessoas estão sabendo utilizar. E isso é muito importante porque o conhecimento não fica só em uma comunidade ou uma região. Ele pode ser distribuído e conectado um ao outro”, completou.
Novas perspectivas
Finalizada a 47ª Expomontes, certamente ficou uma dúvida no ar por parte de todos, inclusive do público. Afinal, esse modelo on-line veio para ficar? A diretora Silene Barreto explica que a intenção da Expomontes é seguir as tendências mundiais. Isso inclui manter uma grade de programação virtual, mesmo que a presença de público seja liberada no próximo ano.
“Esperamos fazer presencialmente no ano que vem, mas manteremos o on-line também, esse modelo veio para ficar. Hoje é interessante mantermos o sistema híbrido. Cada vez mais queremos uma maior interação, continuamos trabalhando para aumentar o contato com o público, fortalecer nossas redes sociais. Pretendemos continuar a compartilhar ao longo do ano o que acontece no Agro, ações, eventos… tudo que acontece na Sociedade Rural e no Parque de Exposições”, finalizou.
Pensamento compartilhado pelo Presidente da entidade, José Moacyr Basso, que vislumbra novas oportunidades para as próximas edições.
“O produtor rural não parou no tempo e a Sociedade Rural, que representa a classe, jamais poderia deixar de ficar antenada com o ‘novo’ para que cada vez mais o homem do campo possa se fortalecer, fomentar a economia e produzir com qualidade. Levando tudo isso em consideração é que nos propomos a estudar mais, especializar mais para levar mais conhecimento, informações e inovação para a classe produtora, que sustenta esse País. A Expomontes é a nossa vitrine e nosso objetivo é modernizá-la a cada ano”, encerrou José Moacyr.