23 de novembro, 2024

A exposição fotográfica “Ventos Ancestrais: Tecendo Histórias”, que apresenta imagens dos mestres dos grupos de catopês, marujos e caboclinhos, os protagonistas das manifestações folclóricas realizadas há mais de 180 anos - Foto: Divulgação

O Museu Regional do Norte de Minas (MRNM), vinculado à Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), vive o clima das Festas de Agosto, que movimentam e atraem centenas de visitantes em Montes Claros neste mês.

No período de 12 a 18 de agosto, acontece no Museu Regional a exposição fotográfica “Ventos Ancestrais: Tecendo Histórias”, que apresenta imagens dos mestres dos grupos de catopês, marujos e caboclinhos, os protagonistas das manifestações folclóricas realizadas há mais de 180 anos.

A exposição “Ventos Ancestrais: Tecendo Histórias” é de autoria do artista visual e fotógrafo Lucas Viggiani e do artista plástico Elton Souza, que trabalha com bordados.

Foto: Divulgação

A mostra retrata os mestres dos grupos de catopês, marujos e caboclinhos e a devoção deles a Nossa Senhora do Rosário, a São Benedito e ao Divino Espírito Santo, os santos dos cortejos das Festas de Agosto. Neste ano, as festas acontecem em Montes Claros no período de 13 a 18 de agosto.

Foto: Divulgação

“Na exposição ‘Ventos Ancestrais: Tecendo Histórias’, convidamos o público a mergulhar nas profundezas das Festas de Agosto, assim como um bordado meticuloso revela fragmentos da alma de quem o criou. E, assim como os ventos de agosto que sopram pela cidade, trazendo consigo uma energia renovada e uma sensação de nostalgia, também evocam a ancestralidade africana do congado, cujos ritmos e movimentos são uma homenagem às tradições e às lutas dos antepassados escravizados”, descreve Lucas Viggiani.

Ele explica que o projeto “Ventos Ancestrais: Tecendo Histórias” foi dividido em duas mostras simultâneas. Durante as Festas de Agosto de 2024, será apresentada no Centro Cultural Hermes de Paula uma exposição de bordados, de autoria do artista plástico Elton Souza, retratando os elementos das tradições.

Ao mesmo tempo, o público poderá conferir no Museu Regional a outra parte do projeto, denominada “Como Nasce um Catopé”. A mostra resulta de pesquisa sobre a história das Festas de Agosto, iniciada em 1839, e a vida dos seus protagonistas: catopês, marujos e caboclinhos. A pesquisa, as entrevistas com os mestres e a mostra foram desenvolvidas em parceria com a pesquisadora Mayra Fonseca, mestre em Antropologia e Etnografia pela Universidade de Barcelona e pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

“Na exposição, mergulhamos nas profundezas dessas tradições, capturando não apenas imagens, mas fragmentos da alma de uma comunidade que encontra na dança e na música uma forma de expressar sua história e suas crenças. São narrativas visuais que ecoam a sabedoria oral dos mestres e patrimônios culturais da região, testemunhos vivos de uma devoção que transcende gerações”, afirmam os responsáveis pela mostra.

“Catopezera, o Som das Cores”

Neste mês, também está aberta no Museu Regional a exposição “Catopezera, o Som das Cores”, do cantor e compositor Tino Gomes e da artista plástica Mônica Mendes. A exposição prosseguirá até o dia 28 de agosto.
“Catopezera, o Som das Cores” resulta de um projeto no qual Tino Gomes compôs canções a partir das telas de Mônica Mendes relacionadas com as Festas de Agosto de Montes Claros.

A artista plástica, juntamente com Tino Gomes, visitou as Festas de Agosto por cinco anos, fotografando os desfiles dos grupos de catopês, marujos e caboclinhos. Durante as visitas, ela aprendeu mais sobre a cultura catrumana, recebendo inspiração para a pintura das telas. A exposição já foi levada a diversos países e agora chegou a Montes Claros, a raiz das Festas de Agosto.

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