No coração do Norte de Minas, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Macro Norte enfrenta uma onda de denúncias alarmantes que expõem uma verdadeira crise. Funcionários efetivos e socorristas revelaram que as ambulâncias do serviço operam em condições precárias, comprometendo a segurança de equipes e pacientes. Problemas críticos como falhas nos freios, ausência de equipamentos, materiais, medicamentos e peças de veículos caindo durante atendimentos de emergência foram apenas algumas das queixas. De acordo com os socorristas, a falta de um suporte mecânico adequado para as ambulâncias é uma realidade que se agrava diariamente.
Em um dos vídeos que circulam pelas redes sociais, o motorista Anderson Durães surge visivelmente emocionado, lamentando as condições desumanas e inseguras enfrentadas pelas equipes do Samu. “Perdi meu tio essa semana por falta de segurança, e agora nós, motoristas e socorristas, trabalhamos sem saber se vamos voltar para casa. Isso não é só sobre mim, é sobre todos nós que estamos arriscando nossas vidas”, declarou. O depoimento de Anderson reflete o medo e o sofrimento vividos pelos servidores que, em meio ao descaso e à precariedade, continuam desempenhando suas funções essenciais para a população.
A crise na infraestrutura do Samu é acompanhada pela falta de transparência nas contas do Consórcio Intermunicipal de Saúde (Cisrun), que mantém o serviço. O portal da transparência do consórcio permanece fora do ar, impedindo o acesso a informações vitais sobre os recursos públicos destinados ao serviço. A situação gerou reações no Judiciário, que recentemente concedeu uma liminar aos municípios de Patis e Juramento, determinando a divulgação dos dados financeiros do consórcio. Com a eleição para o conselho do Samu Macro Norte se aproximando, há também acusações de que o consórcio abriga cerca de mil pessoas supostamente indicadas por interesses políticos, o que gera suspeitas sobre o uso da instituição e possíveis manobras para influenciar o processo eleitoral.
Essa combinação explosiva de insegurança operacional, falta de transparência e suspeitas de manipulação eleitoral coloca em xeque a gestão do Samu Macro Norte. A população norte-mineira, que depende de um atendimento de urgência eficiente, agora se vê diante de uma situação em que vidas estão em risco, enquanto os recursos do serviço permanecem sob um manto de sigilo. Diante disso, os moradores de Montes Claros e região clamam por uma solução imediata que traga segurança, transparência e eficiência ao serviço que deveria zelar pela vida da população.
Além disso, os servidores do Samu Macro Norte demonstram preocupação acerca do pagamento do 13° salário, já que o próprio presidente do consórcio, o prefeito de Juvenília, Romulo Carneiro, teria afirmado em reunião que o consórcio não conta com recursos suficientes para arcar com a obrigação trabalhista.