22 de novembro, 2024

POR SAMUEL NUNES

Adinalva Alves de Oliveira é natural da cidade de Águas Vermelhas, extremo norte de Minas Gerais. Desde os seus 15 anos de idade, sonhava em conhecer a África, mas por questões financeiras, o sonho parecia distante.

“A viagem era muito cara, não tinha como ir. Pensei que era um sonho impossível de realizar. Mas Deus levou a sério e no tempo determinado Ele me levou até lá. O que eu não imaginava, é que era algo tão lindo e surreal de Deus preparado para mim.  2022 começou de fato diferente para alguém que saiu do norte de minas em busca dos seus sonhos? Com certeza. Missão na África. Acabei de formar em pedagogia. Recebi um convite para trabalhar em Macaé, Rio de Janeiro, como professora do 4º ano.”

Guiné Bissau

Adinalva Alves conta que participou no mês de janeiro, da Missão em Guine-Bissau, Bolama no Bai, e um projeto da Get a Smile em parceria com a FadMission.

Explica que objetivo do projeto foi levar atendimento médico e odontológico para as famílias. Acolhimento, solidariedade e amor ao próximo.

“Levamos também medicamentos, uma vez que, a população não tem recursos para comprá-los, e muitos morrem por causa disso. Iniciamos também a construção de uma escola, o que é sinônimo de esperança, para crianças e adultos, na ilha de Bolama. Realizamos também atendimento em hospitais, orfanatos e a população de Bissau.”

Experiências

Sobre as experiências vivenciadas no continente africano, Adinalva destaca algumas. Dentre elas, o contato com as crianças todas as noites, onde várias atividades eram realizadas com os pequenos.

Adinalva lembra do grupo formado por até 86 crianças, que com entusiasmo, reagia a cada atividade proposta, como brincadeiras, histórias e dinâmicas.

            Adinalva Alves de Oliveira: A África precisa de nós e nós precisamos da África.

“Eles nos doaram alegria, nos ensinaram a sermos gratos. Nos mostram o que é estar contentes em qualquer situação”, sintetiza a jovem.

A pedagoga ressalta que a sala onde as atividades eram realizadas, não havia luz.  Para resolver o problema, usavam a lanterna do celular, e com entusiasmo e superação, as crianças participavam ativamente das atividades propostas e os desafios assim, eram superados.

“Um dia levei dois pães para contar sobre a multiplicação dos pães e peixes, de tal forma que cada criança pudesse receber um pedacinho.  Contei para a eles sobre o Deus do impossível. Ao final das atividades daquela noite, muitas crianças estavam segurando os pedacinhos de pães. Para muitas delas, aquele pedacinho de pão significava muito. Algumas daquelas crianças não são adventistas, mas estuda em nossa escola na Bolama. E claro, o choro foi inevitável, uma vez que, o simples para nós, é extraordinário para eles”, afirma emocionada Adinalva.

Desafios x superação

Sobre as peculiaridades do local onde passou parte do mês de janeiro na companhia de outros voluntários brasileiros, Adinalva afirma que era tudo muito simples.

“O nosso “hotel” as vezes faltava água. Banho pegando água em um balde. Não havia muitos recursos para preparar nossa alimentação, pois frutas e verduras são muitos escassos na ilha. A energia elétrica era ligada as 19:00 e desligava 1h da madrugada”, relata.

A sua rotina era dividida em três etapas: ajudar na construção da escola, atuar como professora do pré I,II,II , 4º ano, e reunião com os professores e atividades com o público infantil a noite.

“Somos responsáveis uns pelos outros. Não podemos fazer muito, mas o que conseguirmos fazer pode mudar a história das pessoas, e porque não dizer: o futuro de uma nação. O resultado dessa e de tantas outras missões, serão contabilizados na eternidade. Nossos irmãos da ilha de Bolama e Guine- Bissau estarão lá.

Eterna gratidão a Deus e aos amigos que oraram e doaram os seus recursos para que nós pudéssemos representá-los na África. Nossos irmãos de Bissau e Bolama, Get a Smile e FadMission e a todos os amigos voluntários que participaram desse projeto.

A missão é feita pelos pés dos que vão, joelhos dos que oram e mãos dos que doam. A África precisa de nós e nós precisamos da África”, finaliza Adinalva.

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