20 de maio, 2024

Desde que o Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Balde Cheio chegou para os pecuaristas de São Francisco, Porteirinha e Bocaiuva, a rotina de trabalho e a forma de gerir o negócio mudaram. Ao todo, mais de 100 criadores foram atendidos por dois anos, recebendo visitas e orientações de cinco técnicos e treinamentos para a atividade desenvolvida na propriedade. Os resultados que os pecuaristas tiveram serão apresentados em solenidades nos sindicatos rurais parceiros em cada município, respeitando as exigências sanitárias vigentes para o combate à covid-19.

“Trabalhamos levando o conceito de gestão para as propriedades, chamando a atenção dos produtores para enxergar a atividade deles como uma empresa. O técnico de campo chega à propriedade, vê os recursos disponíveis e mostra como administrar para gerar renda. Notamos que o gargalo era a otimização dos recursos já existentes e que não eram usados. Houve ganho de produção, e o ganho financeiro foi bem superior”, explicou o supervisor do programa, Lucas Leocádio Pereira da Silva.

Entre as principais mudanças nas propriedades está o controle de informações, recurso que ajuda o produtor a se organizar e mensurar o valor do seu trabalho. Essa modificação na organização da atividade impacta diretamente nos resultados finais.

“O produtor tem o hábito de pensar: ‘Se eu anotar, largo a produção’. Realmente são muitos os lançamentos, mas, sem anotar, gera prejuízos. Nas primeiras visitas do técnico, o produtor recebe um caderno de anotações para registrar o que comprou, o que vendeu, o que adquiriu, etc. Após dois anos, ele tem um histórico de todos os lançamentos e sabe o que está gastando e recebendo pelo trabalho, valorizando a mão de obra. Essa cultura da gestão foi colocada para essas famílias, um legado que o ATeG Balde Cheio deixa e que vai perdurar”, comentou a agente de desenvolvimento local, Daiane Dias Fonseca.

Lucas e Daiane ainda lembram que essa nova organização da atividade rural, tornando o negócio economicamente viável, é um atrativo importante para a promoção da sucessão no empreendimento. “Muitos produtores reclamam do preço do leite, mas não sabem quanto gastam para produzir. Quando ele passa a entender e vê que é possível ser sustentável, passa uma melhor imagem do negócio e favorece a sucessão familiar”.

Melhorias

Nas apresentações dos resultados, serão divulgados os produtores que mais obtiveram mudanças positivas e conseguiram cumprir os objetivos estipulados pelos técnicos. “Essa apresentação é fundamental para os produtores verem se atingiram os objetivos e também para incentivar a continuidade dos processos de gestão, especialmente do fluxo de caixa. Isso vai possibilitar gerenciar de forma efetiva os custos de produção e melhorar a eficiência produtiva na atividade leiteira”, afirmou o gerente regional do Sistema FAEMG/SENAR/INAES em Montes Claros, Dirceu Martins.

No município de São Francisco, o evento será em 29 de julho, às 18h30. Em Porteirinha, em 2 de agosto, dividido em dois momentos, às 9h e depois às 13h. O fechamento ocorrerá com os produtores de Bocaiuva em 4 de agosto, às 18h45.

 

Ricardo Guimarães/Senar

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