23 de novembro, 2024

A novilha Rawada era a promessa da Expomotes e cumpriu com as expectativas - Foto: Solon Queiroz

O leilão de touros OMJ e Convidados trouxe um destaque especial: a novilha Rawada, de um ano e nove meses, que foi valorizada em R$ 336 mil. O animal era a promessa da Expomontes e cumpriu com as expectativas. Foram disponibilizados 40 lotes, entre touros e fêmeas.

O empresário Frederico Coelho, que comprou a Rawada – Foto: Solon Queiroz

Osvaldo Landes, sócio da OMJ, explica que o leilão é uma forma de democratizar o acesso à genética superior. “A Rawada é uma novilha que se destacou na safra em relação aos outros animais, no que diz respeito ao ganho de peso, à desmama; é um animal diferenciado em relação ao seu fenótipo. Nós escolhemos disponibilizar 50% das suas cotas porque precisamos dessa genética. É uma forma de democratizar o acesso a um animal superior e reter 50% para que nós também sejamos beneficiados e continuemos melhorando o rebanho. Se o sócio preferir, nós cuidamos dela e vamos trabalhar para que os produtos sejam comercializados para os respectivos plantéis”, afirma Landes.

Osvaldo Miranda Junior, diretor de leilões da Sociedade Rural, relembrou a trajetória do leilão na Expomontes. “Esse leilão nasceu na Expomontes e são 18 anos de história. Quando a gente tinha poucos leilões de gado PO, conseguimos sobreviver e passar por crises. Hoje, colhemos os frutos dessa perseverança. A liquidez dos leilões é muito importante para o produtor, porque mesmo que o preço não seja justo, ele consegue vender todos os animais. Os leilões já realizados durante a Expomontes, como o de gado de corte e matrizes do futuro de leite, foram um sucesso. Conseguimos vender tudo o que foi colocado à venda, e essa liquidez é essencial para o produtor”, destaca o diretor.

Foto: Solon Queiroz

O produtor rural, Evandro Avelino, está repovoando o rebanho com animais melhoradores e já vem obtendo resultados com a aquisição de genética superior. “Eu adquiri uma novilha doadora em 2022, a Ravena, que já está produzindo. No ano passado, fizemos o recorde de preço no Norte de Minas, Vale do Jequitinhonha e Sul da Bahia com a Riviera. Agora, um ano depois, já estou vendendo uma aspiração que foi produto dela. Essa aspiração consiste em vender os óvulos, realizar a fecundação in vitro e transferir para uma barriga de aluguel, uma receptora. Já estamos começando a ter receita dentro do investimento”, disse.

Marcos Mendes, técnico de registros da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), destacou a relevância do leilão OMJ para o repovoamento no Norte de Minas. “O leilão OMJ é uma referência para toda a região, e a nível de Brasil. No ano passado, esteve entre as dez melhores médias de leilão do país, o que é um número enorme. Ele ficou em sexto lugar no Brasil inteiro. Isso não é por acaso. O recinto está cheio e a competição é grande porque o leilão é avalizado pela qualidade genética que proporciona aos criadores. A maioria já vem adquirindo essa genética há muito tempo, mostrando toda a satisfação e fidelização com o produto. Você não compra um produto que não te traga resultado uma, duas, três, quatro ou cinco vezes”, salienta Mendes.

O empresário Frederico Coelho, que comprou a Rawada, mesmo não sendo um criador, decidiu confiar no trabalho da família OMJ, pois acredita nos resultados. “Entramos na sociedade com Osvaldo e estamos com uma expectativa muito boa para o futuro. Eu não investia antes, mas agora entramos como sócios-investidores, acreditando no trabalho que ele vem fazendo ao longo dos anos aqui na Expomontes. É o terceiro ano que venho e, finalmente, consegui adquirir a bezerra e me tornar sócio de uma empresa que tem uma grande credibilidade. Quero fazer a diferença nesse setor que movimenta o nosso país”, finaliza Coelho.

A 50ª Expomontes continua com a programação de leilões, beneficiando tanto compradores quanto vendedores, e reafirmando sua importância no setor agropecuário. A expectativa é de que os leilões movimentem mais de R$ 20 milhões durante a feira.

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