A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu, nessa quarta-feira (24/11), o inquérito policial que apurou o crime de estupro de vulnerável, cometido contra pelo menos oito crianças, nos últimos 20 anos, em Arinos, Noroeste de Minas. O suspeito, de 49 anos, foi preso temporariamente pela PCMG no dia 28 de outubro. Ele estava foragido da Justiça do Rio de Janeiro desde o ano 2000, e se escondeu no Noroeste do estado utilizando-se de documentos falsos.
Esse ciclo de violência começou a ser quebrado quando quatro mulheres decidiram ir até a delegacia de polícia relatar o que havia acontecido quando eram crianças. Após a denúncia inicial, outras vítimas foram descobertas. As investigações sobre os estupros iniciaram no dia 19 de outubro.
Uma das testemunhas relatou que o suspeito, um dia depois de chegar a uma fazenda, local onde teria sido acolhido, começou a abusar sexualmente da filha do dono da casa que o hospedou. De acordo com o apurado, a prática perdurou por anos, não só com essa vítima, mas com várias outras crianças, geralmente meninas entre 6 e 11 anos de idade, que eram obrigadas a manter relações sexuais com o investigado.
Mesmo sendo um crime de difícil apuração, por conta do tempo de ocorrência dos fatos, a investigação se desenvolveu. À PCMG, as vítimas narraram o mesmo modo de agir do suspeito, nos mesmos locais, utilizando de ameaças semelhantes.
Após a prisão do investigado, outras pessoas foram ouvidas. Entre elas, uma testemunha disse que o suspeito tentava agradar a filha dela, de 2 anos de idade, e pedia para que ele pudesse passear sozinho com a menina.
Segundo as investigações, a maioria das crianças que foram violadas, ameaçadas e agredidas, apresentam sequelas na vida adulta, com sintomas de baixa autoestima, depressão e síndrome do pânico.