Análise realizada pela revista Hortifruti Brasil, publicação do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que o faturamento com os embarques brasileiros de frutas pode, enfim, atingir US$ 1 bilhão em 2021 – patamar que o setor busca alcançar desde o início dos anos 2000.
Segundo as pesquisadoras do Cepea, Fernanda Geraldini e Marcela Barbieri, as principais frutas exportadas pelo País vêm registrando volumes elevados de embarques e algumas (como limões e limas, mamões, mangas, melancias e uvas) já atingem quantidades recordes.
Vale lembrar que, em 2020, mesmo diante de muitas incertezas por conta da pandemia, o desempenho do setor exportador de frutas já havia sido bastante positivo, chegando bem perto da meta – a receita arrecadada naquele ano foi de US$ 935,4 milhões, conforme a Secex.
Agora, em 2021, os dados parciais de embarques (até setembro) indicam que a performance brasileira está ainda melhor que a do ano passado. O volume total de frutas frescas brasileiras enviadas ao exterior até setembro – considerando-se frutas, cascas de frutos cítricos e melões – é recorde para o período, totalizando 737,1 mil toneladas, com o faturamento somando pouco mais de US$ 695 milhões, de acordo com dados da Secex. As pesquisadoras do Cepea ressaltam que os embarques de muitas frutas brasileiras e que são importantes na pauta de exportação – como manga, melão, melancia e uva – tendem a ser intensificados a partir de setembro, o que, por sua vez, deve contribuir para o cumprimento da meta.
Em 2021, além da demanda internacional aquecida e do dólar elevado, os embarques brasileiros de frutas são reforçados pelo cenário doméstico. Do lado da demanda, com muitos consumidores brasileiros enfrentando sérias restrições de renda, produtores que têm a oportunidade de exportar têm priorizado essa alternativa. Do lado da oferta, diferentemente de 2020, o clima neste ano tem sido favorável para algumas das frutas exportadas (como manga, uva e maçã), graças ao aumento da produtividade e da qualidade, que permite maiores vendas.
Porém, exportadores brasileiros enfrentaram – e ainda enfrentam – muitos desafios neste ano. Os custos de produção têm se elevado consideravelmente, assim como os logísticos (diante da escassez de contêineres e da alta no frete marítimo). Além disso, em alguns setores, houve falta de materiais para embalagens (que estão mais caros).